Banca RTP vai pedir 42 milhões para se modernizar
Miguel Relvas procura parceiro tecnológico para a estação pública e quer plano de reestruturação concluído até 2014
O novo plano de reestruturação da RTP vai ser apresentado no dia 1 de março, pela administração da RTP. A garantia foi dada pelo ministro adjunto e dos Assuntos Parlamentares, Miguel Relvas, convocado para audição na Comissão Parlamentar de Ética. Um plano de corte e de “modernização que será financiada através de uma emissão de dívida à banca”, “num valor que poderá atingir cerca de 42 milhões de euros”, disse ontem o governante.
Uma renovação que vai obrigar a RTP a associar- se a um“parceiro tecnológico”. Contactada, fonte oficial da RTP garantiu que “não há nenhuma indicação sobre o perfil do novo parceiro” e que o mesmo “só será definido quando foi apresentado o plano”. Relvas negou aos deputados tratar- se de operadores como a Meo ou a Zon, mas afirmou que a procura “será feita com total transparência” e de forma a “suscitar interesses em parceiros tecnológicos como, por exemplo, na Ásia”. Para já, o objetivo – diz Relvas – é que a “nova parceria” responda a uma “RTP que agrega conteúdo para novas formas de televisão, novas produções e em novas plataformas tecnológicas.” O investimento em alta definição e a aposta nas emissões em formato 16x9 estavam estabelecidas no Plano de Atividades e Orçamento para 2013.
Numa audição marcada pelos episódios regimentais, Miguel Relvas recusou dar qualquer número de rescisões voluntárias previstas na RTP ( numa altura em que se fala de cerca de meio milhar de trabalhadores), remetendo esclarecimentos para o futuro plano, mas garantiu que o fim da onda curta está decidido. “Vamos eliminá- la, não temos meios”, assegurou, deixando para depois “as alterações ( à lei) necessárias”.
O ministro garantiu ainda que, em 2014, a RTP “vai ter um teto de despesas operacionais de 180 milhões”, “terá de viver sem recorrer a indemnização compensatória” e “não vai ter a publicidade aumentada ( que é de seis minutos por hora). Relvas reiterou que “a RTP vai viver, subindo nas audiências, mas tem de ser redimensionada. É um processo difícil e doloroso”. E repetiu que “não está em causa a privatização da RTP, mas de um dos canais”. Por esclarecer ficaram quais os objetivos para a estação quando terminar 2014 e o plano de emagrecimento do canal. Sobre os alegados compradores da RTP, Relvas afirma: “Não tenho nem tive em qualquer momento qualquer compromisso com grupos privados.”