Diário de Notícias

Isabel II dá nome a mercado de flores de Paris

Autarca da capital exprimiu o “reconhecim­ento” dos franceses pela monarca e pela ajuda britânica na Segunda Guerra Mundial

- HELENA TECEDEIRO

Foi na prisão da Concierger­ie, ali ao lado, que Maria Antonieta esteve presa antes de ser executada em 1793. Agora, mais de dois séculos depois, uma outra monarca, Isa bel II de Inglaterra, foi recebida com gritos de “Viva a Rainha!” Na quinta visita de Estado a França, Isabel II esteve no mercado de flores de Paris, na Île de la Cité, que a partir de agora se passa a chamar Mercado das Flores Rainha Isabel II.

Acompanhad­a do Presidente francês, François Hollande, e da presidente da câmara da capital, Anne Hidalgo, Isabel II regressou assim a este local bucólico que visitara pela primeira vez em 1948, ainda antes de subir ao trono. Vestida de rosa- pálido e com um chapéu branco com um laço a condizer, a Rainha de Inglaterra distribuiu sorrisos e recebeu flores. Acabada de regressar da Normandia, onde participou na sexta- feira nas celebraçõe­s dos 70 anos do desembarqu­e aliado nas praias francesas, a monarca britânica foi ainda alvo dos agradecime­ntos de Anne Hidalgo. A presidente da Câmara de Paris exprimiu o “reconhecim­ento” do povo francês em relação à Rainha e ao povo britânico, que ajudou a França a libertar- se da ocupação nazi, dando o primeiro passo para o fim da Segunda Guerra Mundial.

“Dentro de algumas semanas ce lebramos a libertação de Paris, na qual os soldados britânicos tiveram um papel determinan­te”, lembrou Hidalgo.

As autoridade­s francesas não costumam dar nome de pessoas vivas a locais, mas a Câmara de Paris abriu uma exceção para a Rainha de Inglaterra, de 88 anos, que sempre manifestou a sua amizade pela França. Uma iniciativa que não agradou a todos. A deputada do Partido de Esquerda Danielle Si- monnet criticou o facto de se homenagear uma personalid­ade estrangeir­a quando “Paris ainda não honrou figuras da Revolução Francesa como Robespierr­e”.

Entre a multidão que enfrentou a chuva para ver Isabel II, a opinião é diferente. “Cortámos a cabeça ao nosso rei mas [ Isabel II] é a nossa Rainha por procuração”, afirmou à AFP Aymeric Julanicks. Já Linda Messine, uma reformada que esperou horas junto ao Jardim das Flores, garante que “a Rainha de Inglaterra é amada em França porque é simples e de abordagem fácil. E adora o nosso país”.

Ao som da banda de jazz do Conservató­rio de Paris e seguida pelo marido, o príncipe Filipe, Isabel II encontrou- se de seguida com feridos de guerra franceses e britânicos que foram de bicicleta de Bruxelas a Paris para recolher fundos para ajudar os veteranos da Segunda Guerra Mundial. Seguiu- se um momento de convívio com um grupo de crianças.

De volta à sua limusina, a Rainha – que na sexta- feira à noite foi a convidada de honra de um banquete oferecido por Hollande no Eliseu – seguiu para o aeroporto militar de Villacoubl­ay onde a esperava o seu jato particular que a levou de volta a Londres.

Na capital britânica, foi uma Isabel II já de casaco e chapéu violeta quem chegou a Epsom para assistir às corridas de cavalo, de novo ao lado do marido.

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Ao lado de Hollande, Isabel II distribuiu sorrisos e recebeu flores na capital francesa

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