Diário de Notícias

Defende “segurança” e previsão nas contas públicas

Num recado ao TC, o primeiro- ministro diz que as famílias, o Estado e as empresas precisam de saber com o que contam

- PAU L ASÁ com Lusa

Ainda na ressaca do chumbo do Tribunal Constituci­onal ( TC) a três normas do Orçamento do Estado para 2014, o primeiro- ministro quer “segurança e previsibil­idade” para que o Estado possa ter as contas “equilibrad­as” e executar uma “estratégia orçamental plurianual consistent­e e credível”.

Pedro Passos Coelho, que falava na sessão de encerramen­to do V Congresso “Solidaried­ade – Novos Caminhos, Valores de Sempre”, da Confederaç­ão Nacional das Instituiçõ­es de Solidaried­ade, sustentou que para “executar essa estratégia” o Estado, os portuguese­s, as famílias e as empresas precisam “de segurança e de previsibil­idade”, não apenas para o presente “mas também para o futuro”.

Num claro recado ao TC – que tem ainda medidas do Orçamento retificati­vo em apreciação, como a a nova contribuiç­ão especial de solidaried­ade –, o líder do Governo frisou que “o pior inimigo do Estado social é a imprevidên­cia e a irresponsa­bilidade”.

O primeiro- ministro, que não quis prestar declaraçõe­s aos jornalista­s, considerou como “dever fundamenta­l deste Governo, assim como de todos os Governos nas próximas décadas, garantir as condições essenciais para a sustentabi­lidade de um Estado social forte”, bem como “da economia social de mercado” que o País quer ter.

Passos sinalizava, desta forma, as preocupaçõ­es que o Executivo tem com a elaboração do Orçamento do Estado para 2015.

Preocupaçã­o que levou o Conselho de Ministros a aprovar esta semana medidas que estavam previstas para mais tarde e que gostaria de ver o Presidente a sujeitar à fiscalizaç­ão preventiva do Tribunal Constituci­onal. Fechadas ficaram as medidas “duradouras” para as pensões, e o Governo quer aprovar rapidament­e a nova tabela remunerató­ria da função pública.

O Presidente da República disse entretanto que não aceita “pressões venham elas de onde vierem” e que analisará os diplomas conforme foram chegando a Belém. Ou seja, Cavaco não se quer compromete­r a enviar todas medidas para o Palácio Ratton.

Fundo de Inovação Social

Ontem, junto das instituiçõ­es de solidaried­ade social, o primeiro- ministro afirmou que este Governo prefere “a proximidad­e à distância burocrátic­a”, bem como o “envolvimen­to cuidadoso no tecido social à intrusão bem- intenciona­da mas frequentem­ente desajustad­a à natureza dos problemas”.

Estas prioridade­s, destacou, fazem parte da estratégia do Governo “para o novo ciclo de fundos europeus”, que se pretende ser “de desenvolvi­mento social abrangente”.

Passos Coelho indicou como exemplo a intenção de criar um Fundo de Inovação Social de 122 milhões de euros “que estimule o empreended­orismo social e incentive ainda mais as instituiçõ­es a desenvolve­rem respostas criativas no exercício da sua autonomia”. O primeiro- ministro relembrou ainda que, “em cada um dos três últimos anos, as pensões mais baixas, que antes da emergência f i nanceira ti nham sido congeladas, f oram sempre aumentadas”.

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JOSÉ MOTA/ GLOBAL IMAGENS Passos Coelho foi ao encontro de populares antes de falar no congresso das instituiçõ­es de solidaried­ade

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