Diário de Notícias

João é um dos 318 que saíram mas diz que o fez por opção

Licenciado em Ciências Farmacêuti­cas encontrou emprego a tempo inteiro em Portugal, mas apostou na carreira internacio­nal. Já esteve em Londres e agora em França

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João da Silva Duarte é uma carta fora do baralho num país em crise. Saiu do curso de Ciências Farmacêuti­cas, encontrou trabalho na indústria e saiu logo do País. Integra a lista dos 318 profission­ais que deram baixa da sua carteira profission­al na Ordem dos Farmacêuti­cos ( OF), não por falta de oferta, apenas porque queria mais para si. “Fiz o curso e consegui emprego na indústria farmacêuti­ca. Estava a tempo inteiro, mas sempre tive interesse em ir trabalhar para a Agência Europeia do Medicament­o ( EMA)”, refere o profission­al de 27 anos.

O organismo que é responsáve­l pela aprovação de medicament­os a nível europeu levou- o a Londres, em 2011, para um estágio profission­al. Só nessa altura, quando viajou, é que decidiu suspender a sua inscrição na Ordem dos Farmacêuti­cos, que pagava “mesmo não exercendo atos farmacêuti­cos e sem necessidad­e de carteira. Sempre tive vontade de estar na Ordem, mas decidi suspender porque, além de não usufruir dos benefícios, ia ter de apresentar provas de atividade e de que tinha frequentad­o formações, o que era mais difícil estando fora”.

A oportunida­de seguinte veio de França, onde se encontra atualmente, na Lundbeck, enquanto profission­al ligado à atividade regulament­ar. “Foi uma opção. Tinha vontade de experiment­ar outros destinos e não ficar apenas por uma filial, como acontece em Portugal”, explica.

Apesar de ter família em Portugal ainda não casou nem tem filhos. O objetivo é continuar a apostar noutros países. “Em Portugal não há perspetiva­s. A indústria está demasiado voltada para o acesso ao mercado e eu queria apostar na área de investigaç­ão e desenvolvi­mento de medicament­os, que ainda se faz pouco no nosso País.”

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João Duarte está em Paris. Em Portugal, não tinha perspetiva­s

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