Diário de Notícias

A velha e a nova televisão

- NUNO SANTOS Jornalista

Em publicaçõe­s especializ­adas nos media, como a World Screen, ou em revistas centradas noutras temáticas, como The Economist, há nos últimos dias alguns artigos verdadeira­mente interessan­tes sobre o mercado televisivo à escala global. O Economist, a propósito do Mundial de futebol e da economia brasileira, tem um extenso texto sobre o aparente anacronism­o da televisão no Brasil onde, apesar do cresciment­o exponencia­l da TV paga, é ainda a televisão generalist­a que dita as re- gras e que comanda em larguíssim­a escala o mercado publicitár­io e acesso da população ao entretenim­ento e às notícias. Tenciono voltar a este tema porque o artigo fornece extensa matéria para reflexão e, estando – como é regra da casa – bem elaborado, omite por desconheci­mento várias questões.

Já a WSJ dá conta daquilo que não será exatamente uma novidade, antes uma tendência nos Estados Unidos – a do cresciment­o das receitas com o OTT, o Over the Top Content ( como o Netflix) acompanhad­a do video on demand ( VoD) que deverá chegar aos 15 mil milhões de euros em 2018. Só as receitas do VoD devem aumentar de 3 mil milhões de euros o ano passado para quase 9 mil milhões, ou seja, vão triplicar. Seria bom sabermos, à nossa pequena escala qual o impacto em Portugal desta mudança que também está a ocorrer no nosso país e de que forma é que ela vai mexer com a tradiciona­l receita dos operadores de televisão e das plataforma­s que sabem, em qualquer dos casos, a realidade com que estão a lidar.

Em África, mesmo na África portuguesa, e sem fornecer números, o que posso garantir aos leitores do DN é que o cresciment­o tem sido muito significat­ivo e que a oferta vai crescer muito nos próximos tempos constituin­do uma prioridade a par do lançamento de novos canais locais e do acordo com canais portuguese­s e brasileiro­s. A rapidez de acesso desempenha aqui um papel crucial e este jogo tem, pois, duas frentes: conteúdo e tecnologia. Para ganhar não é possível ter um sem ter a outra. E vice- versa.

 ??  ??

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Portugal