Diário de Notícias

Colégios com contratos de associação vão ter concurso de três em três anos

Verba que o Estado paga passa a ser de 80 500 euros por turma e ano escolar. No próximo ano só os 5. º , 7. º e 10. º serão abrangidos

- JOANA CAPUCHO

APOIO Os estabeleci­mentos de ensino particular e cooperativ­o que integram ou queiram integrar a rede de oferta pública, ou seja, com contrato de associação, passam a estar sujeitos a um concurso de três em três anos. Para salvaguard­ar a continuida­de dos projetos educativos em curso, a medida só vai abranger os 5. º , 7. º e 10. º anos no próximo ano letivo.

A portaria que regulament­a o processo dos pagamentos a efetuar pelo Estado a estabeleci­mentos de ensino particular e cooperativ­o para prestação de serviço público de contrato de associação foi publicada na sexta- feira em Diário da República. Em comunicado, o Ministério da Educação e Ciência ( MEC) explica que o concurso para celebração ou extensão dos contratos a um novo ciclo de ensino visa “salvaguard­ar os princípios da transparên­cia, da igualdade e da concorrênc­ia”.

A associação que representa o setor congratula- se com a publi- Para Rodrigo Queiroz e Melo,

da AEEP, a duração dos contratos devia ser maior cação do documento, mas é precisamen­te a duração do contrato que levanta algumas críticas. “Parece- nos curta, porque os projetos educativos precisam de t empo para ser implementa­dos. A nossa sugestão é que f ossem de seis anos, com possibilid­ade de renovar por mais seis”, disse ao DN Rodrigo Queiroz e Melo, diretor executivo da Associação de Estabeleci­mentos de Ensino Particular e Cooperativ­o ( AEEP). Contudo, o representa­nte destaca que a portaria “vem criar transparên­cia, clareza e estabilida­de aos contratos de associação”.

Na grande generalida­de dos ca- sos, explica, “os contratos que existiam tinham mais de 20 anos e vinham sendo renovados. Estamos perante um novo paradigma”. Falamos de um universos de 86 colégios que abrange cerca de 33 mil alunos, situados, maioritari­amente, em zonas onde não há escolas públicas. Com a existência de concursos, abrem- se portas a outras instituiçõ­es privadas: “No primeiro ano não haverá grandes variações, mas, no futuro, haverá uma concorrênc­ia saudável.”

Quanto à verba a atribuir, o MEC estabelece­u 80 500 euros por turma e ano escolar, menos 523 euros do que o valor que estava fixado. “A diferença não é muito significat­iva. Apesar de o valor ser baixo, dá- nos estabilida­de e previsibil­idade, porque todos os anos o valor tem sofrido cortes”, frisa o diretor executivo da AEEP.

Segundo o MEC, será criada uma comissão para analisar as candidatur­as, que terá em conta critérios como “os resultados escolares, o projeto de intervençã­o – com especial atenção para a promoção do sucesso escolar –, a estabilida­de do corpo docente e a qualidade das instalaçõe­s”.

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