Depois de energia e saúde, chineses querem novos negócios
PLANOS Num encontro com jornalistas em junho, CEO da Fosun disse ver interesse nos media, nos vinhos, no turismo e no lazer
Energia ( EDP, EDP Renováveis, REN), saúde ( Luz Saúde), seguros ( Fidelidade), banca ( BESI), imobiliário. Os investimentos chineses em Portugal já ultrapassam, segundo a Associação de Comerciantes e Industriais Luso- Chinesa, os nove mil milhões de euros, desde 2011, tendo este sido o quarto destino na Europa em 2014. Foi ainda a China, por larga distância, que mais aproveitou o programa dos vistos gold criado pelo governo no final de 2012, com 1914 autorizações de residência atribuídas até 31 de maio – de um total de 2384 vistos.
A próxima compra poderá ser o Novo Banco. Com as propostas entregues e quando faltam duas semanas para ser anunciado o vencedor, há dois grupos chineses – Fosun, Anbang –e o fundo americano Apollo na corrida. O preço será o principal critério. As propostas para o banco – que é líder no crédito a pequenas e médias empresas ( cerca de 31% de quota de mercado) e o terceiro no financiamento a particulares, depois da Caixa e do BCP – superam os três mil milhões de euros, que preveem já reforços de capital. Ainda assim, o Fundo de Resolução só deverá conseguir recuperar cerca de metade dos 4,9 mil milhões que injetou no Novo Banco.
Mas não é só através de compras que os chineses têm consolidado a sua presença em Portugal. Em 2011, o Banco Industrial e Comercial da China – maior do mundo em ativos, detido em 70% pelo Ministério das Finanças chinês e pelo fundo soberano da China – abriu o primeiro escritório em Lisboa, perto do Marquês de Pombal. O mesmo local foi escolhido, dois anos mais tarde, pelo Bank of China para instalar as suas operações em Portugal.
A mais recente vontade expressa pela Fosun – dona da Fidelidade e Luz Saúde e finalista, como a Anbang, na corrida ao Novo Banco – é chegar a novas áreas, como os vinhos, o agroalimentar, o turismo e o lazer, além da produção audiovisual e da comunicação social. “O nosso investimento em Portugal é a longo prazo. Queremos investir noutros setores, se houver boas oportunidades”, disse o CEO do grupo, Liang Xinjun, num encontro com jornalistas portugueses, em Xangai, na semana passada.