“A universidade é fulcral no delinear de ações e estratégias para o turismo”
CONHECIMENTO “O turismo é uma indústria de formação intensiva”, afirmou logo a abrir a sua intervenção na Conferência da Covilhã Helena Alves, professora na Universidade da Beira Interior ( UBI) e investigadora em áreas ligadas àquele setor. “Sem formação, sem conhecimento não é possível delinear estratégias, não é possível saber que ações devemos levar acabo e nesse sentido a universidade é fulcral”, concluiu.
O papel da universidade no turismo de saúde e bem- estar, setor que foi tema da quinta conferência das Jornadas Empreendedorismo no Turismo – uma iniciativa conjunta DN/ JN/ TSF com o Millennium bcp e em parceria com o Turismo de Portugal –, foi apenas um dos elementos apontados pela docente como relevantes. Outro, foi a interdependência sistémica de todos os fatores envolvidos no turismo – desde atividades a organizações, a empresas. Segundo Helena Alves, todos eles têm um papel importante e só com a sua interligação se poderá inovar e desenvolver o turismo, seja ele de saúde e bem- estar ou outro.
Precisamente para demonstrar esta interdependência e o valor da universidade para o turismo de saúde e bem- estar enquanto transmissora de conhecimento, Helena Alves deu exemplos, uma extensa lista dos muitos estudos de investigação e cursos que têm sido desenvolvidos pela UBI com aplicação prática no setor. Um deles, organizado em parceria com as Termas de Portugal e que é único no país, diz Helena Alves, é um curso específico para termas – contendo disciplinas como hidrologia e climatologia – que não confere grau académico mas dá formação sólida a profissionais da saúde para exercerem funções em estâncias termais. Ainda ilustrando a vantagem da in- terdependência entre os vários agentes, a docente lembrou a teoria da hélice tripla – desenvolvida por Etzkowitz – para afirmar que a indústria, os governos e as instituições de ensino, conjuntamente, podem contribuir, e bastante, para a inovação em determinados setores. “E isso está a ser cada vez mais utilizado no turismo”, garantiu.
Por fim, a docente reforçou ser necessário entender que para o turismo o desenvolvimento local e regional é essencial. “Não podemos pensar que todas as políticas e ações são definidas centralmente. Pelo contrário, é a nível local que os impactos se fazem sentir e que as ações são implementadas”, alertou.
Assim, e em conclusão, Helena Alves defende – citando o autor catedrático Costa e Brandão – que para alcançar competitividade, criatividade, diferenciação e, até, sustentabilidade no turismo de saúde e bem- estar é preciso ter estratégias de inovação capazes de dar respostas a novos desafios, ter novas abordagens em que terão de estar envolvidos todos os parceiros. E a universidade tem o papel de ajudar a mobilizar e fomentar a interação entre todos os protagonistas, concluiu.