Primeira reunião com credores teve “alguma convergência”
Fundo das privatizações e destino a dar às suas receitas foram alguns dos temas apresentados pelo ministro Tsakalotos
Enquanto Alexis Tsipras dava explicações no Parlamento, noutro ponto de Atenas tinha lugar o primeiro encontro de alto nível entre os credores e o governo grego com vista a um acordo para um terceiro resgate, que deverá rondar os 86 mil milhões de euros.
Os líderes das missões do agora quarteto – Comissão Europeia, Banco Central Europeu, Fundo Monetário Internacional e Mecanismo Europeu de Estabilidade – estiveram ontem reunidos com os ministros das Finanças e da Economia. A sessão teve lugar num hotel no centro da capital grega – segundo o Protothema o Hilton Atenas foi o escolhido – em vez de num edifício governamental para manter a visita dos líderes dos credores mais discreta e menos intrusiva do que em anteriores negociações.
Após o encontro, o ministro das Finanças adiantou que discutiram a recapitalização dos bancos e o objetivo de Atenas conseguir um superávit primário de 3,5% em 2018. “Também discutimos o fundo de privatizações e explicámos as nossas propostas para a aplicação das receitas deste fundo na redução da dívida e no crescimento”, declarou Euclid Tsakalotos, acrescentando que “houve convergência em alguns temas e noutros não”.
Como uma das contrapartidas para a Grécia vir a receber um terceiro resgate, Atenas aceitou cativar 50 mil milhões de euros de bens públicos num fundo de privatizações que funcionará como garantia do novo empréstimo.
O FMI anunciou na quinta- feira que só participará no terceiro programa de assistência à Grécia se houver garantias de alívio da dívida e de aplicação completa de um pacote de reformas. Mesmo assim, fonte do FMI garantiu que a instituição irá participar ativamente nas negociações e que a administração do fundo autorizou ontem as discussões sobre um novo programa de ajuda à Grécia.
Esta “luz verde” para a participação nas negociações traduziu- se, ainda na quinta- feira, na chegada a Atenas da chefe de missão do FMI para a Grécia, Delia Velculescu. A romena foi a último líder das equipas dos credores a chegar à capital helénica.