Diário de Notícias

Cameron quer mais cães e vedações contra ilegais

PM britânico, criticado por chamar praga a imigrantes, admite verão quente no Canal da Mancha e concerta- se com Hollande

- PAT R Í C I A V I E GAS

Imigrante ilegal pula vedação para tentar apanhar comboio para o Reino Unido em Calais Mais vedações de segurança e mais cães pisteiros contra os ilegais que todos os dias tentam atravessar o túnel do Canal da Mancha. É esta a receita do primeiro- ministro britânico, David Cameron, contra a crise migratória que se vive na cidade portuária francesa de Calais e que alastra ao Reino Unido – onde a maior parte dos imigrantes e refugiados ambiciona chegar.

“A situação não é aceitável (...) Vamos colocar mais vedações, mais recursos, mais equipas de cães pisteiros”, disse Cameron, alertando que o problema da travessia de imigrantes ilegais no Canal da Mancha irá prolongar- se durante todo o verão.

A crise migratória naquela zona fronteiriç­a tem- se agravado nos últimos dias, com milhares de imigrantes ilegais a tentar a travessia a bordo de camiões, obrigando à intervençã­o da polícia. Na terça- feira, 1500 pessoas tentaram a sorte e um jovem sudanês morreu ao ser atropelado por um camião.

“Vou falar com o presidente [ francês François] Hollande ainda hoje [ ontem]. Quero agradecer- lhe os recursos policiais extras que foram destacados, que tiveram algum efeito”, indicou o primeiro- ministro britânico, que regressou da sua visita ao continente asiático diretament­e para uma reunião do comité Cobra ( reunião ministeria­l para situações de crise).

“Estamos interessad­os em oferecer mais e trabalhar de mãos dadas [ com França] para reduzir a pressão sobre aquele lado da fron- teira”, acrescento­u Cameron, que esteve envolvido esta semana numa polémica ao ter afirmado, numa entrevista à BBC, que ia proteger o Reino Unido “da praga de pessoas que atravessam o Mediterrân­eo à procura de uma vida melhor e pretendem chegar” ao país a partir de Calais.

Tais afirmações suscitaram uma onda de indignação, principalm­ente entre partidos da oposição, como os trabalhist­as ou os liberais- democratas. Mas também o vice- presidente da câmara de Calais, Philippe Mignonet, reagiu com indignação. São “palavras típicas da ignorância”, disse o autarca da cidade à 5News, acrescen- tando que são também “a prova de que David Cameron não sabe nada sobre a situação”. E lamentou a posição do líder britânico: “A única coisa que pretende é proteger a sua fronteira.”

Até ao momento, o Reino Unido compromete­u- se a atribuir 22 milhões de libras ( cerca de 32 milhões de euros) para o reforço da segurança no túnel da Mancha. As autoridade­s francesas enviaram esta semana um reforço de 120 polícias para aquela zona. Paris calcula que mais de 3500 pessoas tentaram atravessar esta semana. Nos últimos dois meses, nove imigrantes morreram no túnel ou arredores, onde está instalado um campo provisório de migrantes.

À crise migratória têm- se aliado os protestos e as greves dos trabalhado­res da My Ferry Link, que ontem voltaram a bloquear as estradas de acesso ao porto de Calais, provocando perturbaçõ­es. Os manifestan­tes queimaram pneus, lançando para o ar uma forte nuvem de fumo negro, em protestos contra a perda de 600 empregos. Na zona de Calais o desemprego é superior à média nacional e em vez dos 10% está nos 13%.

A situação que se vive atualmente nesta cidade portuária francesa é apenas um dos focos de um problema mais vasto, que é o da pressão migratória sobre a UE. Outros, amplamente noticiados, são os da ilha italiana de Lampedusa, no Mediterrân­eo, a Grécia e as fronteiras entre países dos Balcãs ocidentais. Até agora a UE falhou uma política comum para lidar com este problema. Orçamento da recuperaçã­o Com este orçamento, Rajoy acredita que se fecha “uma etapa difícil para todos os espanhóis e se inicia um período de criação de emprego. Haverá mais competitiv­idade e mais rendimento­s”. Lembrou ainda que dedicou 53,5% à despesa social: “Conseguimo­s ultrapassa­r os momentos mais difíceis da crise com a manutenção dos pilares do Estado do bem- estar.” A reforma mais importante deste ano foi “a fiscal”. Se a retoma económica se mantiver “vamos planear no futuro uma nova redução de impostos”.

No próximo Orçamento, de cada 100 euros, 39 vão ser destinados às pensões, 7 ao desemprego e políti-

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