Rajoy: “Catalunha não será independente de maneira nenhuma”
Primeiro- ministro apresentou o Orçamento para o próximo ano, que inclui 1% de aumento salarial para funcionários públicos
ESPANHA O primeiro- ministro espanhol, Mariano Rajoy, fez ontem o balanço do ano político, destacando o crescimento económico do país e explicando as linhas gerais do Orçamento do Estado para 2016. O chefe do Executivo aproveitou também a ocasião para lançar uma mensagem a Artur Mas, presidente do governo catalão, a lembrar que a “Catalunha não será independente de maneira nenhuma” e esclareceu que no próximo 27 de setembro “não haverá plebiscito, como não houve referendo [ a 9 de novembro de 2014]”.
Rajoy falou na Moncloa, depois do último Conselho de Ministros do ano parlamentar, em vésperas das férias de verão. Foram aprovadas as contas públicas para o próximo ano, onde se inclui um aumento salarial de 1% para os funcionários ( o primeiro em cinco anos). Estes recuperam também em 2015 um quarto do subsídio de Natal de 2012 e os restantes 50% no próximo ano. Contempla além disso uma subida do 0,25% das pensões.
“A retoma está aí. Estamos perante uma mudança de situação que está a chegar cada vez a mais pessoas”, começou por ressalvar o primeiro- ministro. “Continua a tarefa de consolidação fiscal, trabalho ingrato e difícil. Conseguimos passar de uma pré- quebra a um défice que em 2016 será de 2,8%, com um horizonte de equilíbrio nos próximos anos.” cas ativas, 8 a outras despesas sociais, 14 às transferências para as comunidades autonómicas e pelo menos 10 ao pagamento de juros da dívida. “Estamos num círculo virtuoso”, evidenciou, num discurso muito otimista, sem autocrítica, e a falar da corrupção só para destacar as medidas que foram aprovadas para combatê- la.
“Espanha é o país dos grandes da zona euro que mais vai crescer. Cresceremos mais do que o Reino Unido ou os EUA”, sublinhou Rajoy. Destacou os dados que permitem ser otimista em relação ao futuro, como o recorde das exportações do ano passado: “Crescemos de forma saudável e equilibrada, com preços moderados e um enorme protagonismo do setor externo.” Também quando se fala do desemprego, os dados de Eurostat “são animadores para continuar a trabalhar para o futuro”. A criação de emprego “é o indicador mais importante porque dá sentido à política económica que se fez estes anos”.
Na sua intervenção esteve sempre acompanhado por gráficos que mostravam como se deu a volta à situação em Espanha, no emprego, no ritmo de crescimento e em qualquer variável económica. Desafio de rutura O primeiro- ministro espanhol definiu como primeiro repto para o futuro “o desafio de rutura proposto pela Generalitat”. A incerteza política, “um risco para a recuperação económica”, reside na deriva independentista na Catalunha e nas propostas dos outros partidos, nomeadamente PSOE e Podemos, que classifica como “ocorrências”.
Rajoy advertiu ainda que o governo “vai zelar pela lei. Não haverá eleições plebiscitárias porque são proibidas pela lei”. As eleições serão “autonómicas”, disse, não querendo mostrar- se preocupado com a lista única de Artur Mas: “Cada um apresenta- se nas eleições como quer.” O presidente catalão, acrescentou, tem direito a concorrer numa lista com dirigentes comunistas e da Esquerda Republicana, mas Rajoy desafiou- o a explicar isso aos seus “eleitores” e a dedicar- se a resolver os problemas das pessoas. Rajoy defendeu a resposta do governo face aos independentistas, reconhecendo que pode melhorar. Mas o governo “não cedeu nem abdicou” dos seus princípios.
Em vésperas de eleições legislativas, Rajoy apresenta Orçamento social