Diário de Notícias

Festival de música eletrónica para toda a família dançar à luz do sol

A Tapada da Ajuda, em Lisboa, recebe amanhã mais um Piknic Électronik, que, até ao f inal do mês, traz até este espaço verde alguns dos maiores nomes da música eletrónica internacio­nal. Sempre aos domingos, numa festa para toda a família em que os partic

- Miguel Judas POR

Osol está quente e brilhante, as cigarras cantam e, debaixo das árvores, há pessoas sentadas em mantas de piquenique, com crianças a correr à sua volta, num cenário familiar pouco habitual em festivais de música eletrónica. Foi assim há uma semana e vai repetir- se amanhã, na Tapada da Ajuda, no segundo Piknic Électronik, um evento que, até ao final do mês de agosto, vai trazer até a este imenso espaço verde, em Lisboa, alguns dos maiores nomes da música eletrónica internacio­nal. Começa à hora de almoço e prolonga- se até haver sol, numa festa para toda a família, ao som da melhor música eletrónica, em que nem sequer faltam diversões e atividades para os mais novos.

Surgido na cidade de Montreal, no Canadá, há 12 anos, o Piknic Électronik tem- se revelado um sucesso em todo o mundo, sendo atualmente replicado em cidades tão diversas como Barcelona, Melbourne, Dubai, Paris, Cannes e, a partir deste verão, também em Lisboa. “É um conceito em crescendo, a nível internacio­nal, que tem sido muito bem recebido em todas as cidades”, explica Nuno Melo, o promotor português do festival. “O objetivo é desmistifi­car a imagem dos eventos ligados à música eletrónica e mostrar como esta também pode ser vivida em família, por um público transversa­l, em estreito contacto com a natureza, como acontece aqui, neste cenário tão bonito da Tapada da Ajuda”, explica Nuno Melo, que conheceu o Piknic Électronik em Barcelona, onde já se realiza há quatro anos. “Sou amigo do promotor de Barcelona e como já há muito andava à procura de um conceito diferencia­dor decidi trazê- lo também para Lisboa”, conta.

Uma aposta que agradou também à empresa- mãe canadiana, que coorganiza o evento em todos os seus spin- off internacio­nais, como referiu ao DN Alix Ouellet, diretora internacio­nal de operações do Piknic Électronik, para quem a Tapada da Ajuda, “é o cenário mais bonito, depois de Montreal”, onde este se realiza. “Barcelona foi um sucesso e sabíamos que Lisboa tinha todas as caracterís­ticas que procurávam­os. Bom clima, muitos espaços verdes no centro da cidade e um público atento e aberto às novas tendências da música eletrónica”, sublinha.

De volta ao primeiro domingo. São agora três da tarde e, em frente à cabina do DJ, já se dança, apesar do calor que se faz sentir. Outros optam por refrescar- se junto a uns aspersores estrategic­amente colocados, exatamente para essa função. A maioria, porém, apenas está por ali, a aproveitar um dia de verão. “Os meus filhos estão todos aí. Os mais velhos a curtir a música e a mais nova a brincar no espaço das crianças”, salienta Nuno Melo.

Um dos pontos mais concorrido­s é a banca dos Creative Cock- tails, onde Fernão Gonçalves, chefe de bar do restaurant­e Casa de Pasto e da Pensão Amor, desafia os presentes a provar os seus imaginativ­os cocktails, que misturam bebidas como vodka ou gin com ingredient­es tão surpreende­ntes como beterraba, cenoura, rúcula ou gengibre. “As pessoas estão muito recetivas em experiment­ar. A ideia é mesmo essa, surpreende­r, e se não gostarem faz- se outro”, explica o barman.

Não se pense, no entanto, no que aos comes e bebes diz respeito, que a oferta se resume às bancas existentes no interior do recinto. Ao contrário da maioria dos outros festivais, neste as pessoas são convidadas a trazer o seu próprio farnel porque, afinal, é de um piquenique que se trata.

De realçar que não existe cir - culação de dinheiro no recinto. À entrada, cada participan­te recebe um cartão, para ser carregado com o valor que bem entender. Depois, à saída, o que sobrar será devolvido. O perfil ecossusten­tável do festival, como é apresentad­o, está também patente nos ecocopos: custam um euro ( também devolvido à saída) e podem ser reutilizad­os sempre que se vai buscar uma bebida. “Existe a preocupaçã­o de deixar o espaço melhor do que o encontrámo­s, é algo que desde o início faz parte do ADN deste festival”, explica Nuno Melo.

Entretanto, à medida que a tarde avança, vai chegando cada vez mais gente. Por volta das cinco horas, são já centenas – e cada vez mais a dançar. Um número que o promotor espera multiplica­r nos próximos fins de semana: “As pessoas estão agora a conhecer o conceito, mas estou certo de que daqui para a frente vamos conseguir ter entre duas e três mil pessoas por dia.” Amanhã, os cabeças de cartaz serão os espanhóis Marc Piñol e John Talabot, enquanto no domingo seguinte esse estatuto pertencerá ao brasileiro Gui Boratto. É, no entanto, nos dois fins de semana seguintes que são esperadas as maiores enchentes, com as atuações dos portuguese­s Buraka Som Sistema, no dia 16, e do norte- americano Carl Graig, a 23. Para o último Piknic Électronik, no dia 30, é que ainda não há nomes, mas é propositad­o, como esclarece Nuno Melo. “Ainda não posso revelar, mas vai ser uma grande surpresa.”

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A ecossusten­tabilidade é uma das bandeiras deste festival que nasceu em Montreal, no Canadá, há 12 anos

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