Diário de Notícias

Serra do Larouco voltou a ser talismã amarelo para o galego Gustavo Veloso

Delio Fernández foi o mais forte na primeira chegada de montanha desta edição, após intensa disputa com o português José Gonçalves. Mas foi o colega e chefe de equipa Gustavo Veloso a vestir a amarela, como em 2014

- J OÃO RUEL A

Gustavo Veloso confirmou, à segunda etapa da Volta a Portugal, o estatuto de principal favorito à vitória final – e à consequent­e revalidaçã­o do título conquistad­o em 2014 –, ao arrecadar a camisola amarela na subida ao alto do Larouco, que consagrou Delio Fernández como vencedor da etapa que teve início em Macedo de Cavaleiros.

Tal como em 2014, foi na serra do Larouco que Gustavo Veloso, experiente ciclista espanhol de 35 anos, agarrou a amarela. Agora, o corredor da W52- Quinta da Lixa espera conservar a liderança da geral até 9 de agosto, procurando tornar- se no primeiro e espanhol desde David Blanco a bisar na galeria de campeões da Volta.

“Estou satisfeito, ter a camisola amarela é positivo para mim e para a equipa. Há um ano também vesti aqui a amarela e agora espero ir com ela até Lisboa. É pensar etapa a etapa, mas sabendo que tenho o 2. º classifica­do perto e que vai dar luta durante toda a Volta”, reconheceu Veloso, que ontem cortou a meta a seis segundos de Delio Fernández, que concluiu os 175,6 quilómetro­s do percurso em cinco horas e 10 segundos.

Mas o dia foi, também, de reconhecim­ento para Delio Fernández, colega de Gustavo Veloso e que, desde a última edição, trabalha na Volta para o triunfo do líder da W52- Quinta da Lixa. Desta vez, Fernández, 29 anos, foi premiado com a segunda vitória numa etapa da Volta a Portugal ( j á tinha vencido em 2013), após uma intensa disputa com o português José Gonçalves.

Delio, que venceu o Troféu Joaquim Agostinho em 2014, decidiu apostar tudo no triunfo a um quilómetro da meta e acabou por bater o português da Caja Rural por um segundo. “Foi uma grande vitória, muito desejada. Repetir a vitória de há dois anos, em Fafe, foi muito bom. Tivemos um final duro, exigente, mas estou muito contente e a equipa também. Não queria perder tempo na geral e tinha de estar atento ao Gustavo, que é o nosso líder, mas no final repartimos o trabalho e a um quilómetro da meta pude tentar a vitória”, relatou.

Gustavo Veloso aproveitou para dedicar palavras elogiosas ao seu

O pelotão de passagem em Montalegre antes da subida à serra do Larouco, onde terminou a segunda etapa colega e compatriot­a. “A Volta tinha uma dívida de gratidão com o Delio, depois do excelente trabalho que fez no ano passado. Esta é uma etapa especial, daqui quase vemos a nossa casa. Há muitos galegos por aí”, lembrou.

José Gonçalves esteve perto de garantir a primeira vitória lusa na 77. ª edição da Volta a Portugal, mas apesar do grande susto que provocou a Delio não conseguiu a façanha. “O José Gonçalves surpreende­u- me muito. Fiz um ataque mui- to forte, mas sabia que tinha de guardar um bocado de forças para o final. Foi uma grande satisfação ganhar”, celebrou o espanhol.

O português Jóni Brandão, de 25 anos, terminou com o mesmo tempo de Gustavo Veloso e integrou um top 10 da etapa que incluiu oito portuguese­s. O domínio luso também se reflete na tabela geral, pois do 3. º ao 9. º classifica­dos há apenas ciclistas portuguese­s, com destaque para José Gonçalves, a seis segundos de Veloso e a três de Fernández.

O ciclista de 26 anos, natural de Barcelos, aposta em ser uma das sensações da Volta a Portugal de 2015, objetivo assumido aquando do prólogo, que esperava ter terminado com a “amarela”. Hoje, o ex- campeão nacional de contrarrel­ógio terá nova oportunida­de para pressionar a dupla espanhola, numa etapa com distância de 172,2 quilómetro­s entre Boticas e Fafe, mas o pensamento estará já na subida à Senhora da Graça, amanhã, que deverá ser palco da primeira grande definição desta Volta.

 ??  ??

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Portugal