“GOSTAVA DE QUE NÃO ME ESQUECESSEM, GOSTAVA DE TRABALHAR”
Chegou a ter um império de moda que se estendia até ao Japão e agora não pode sequer usar o nome nas criações. Mas não é pessoa para desistir.
“Estás a ver quem é, não estás a ver que é? Sussurra um visitante para a amiga que o acompanha à exposição de Christian Lacroix, nas caves do MUDE, Museu do Design e da Moda. É Ana Salazar, que ali teve peças expostas e essa é uma das razões por que escolheu o espaço para a entrevista. Produzida a 100% e sem que lhe seja preciso dar grandes indicações de poses e de como saber estar em frente a uma objetiva. Muitos anos de desfiles e mais de 40 anos de carreira: abriu a primeira loja em 1972, a Maçã, que comercializava roupa de Londres num país que se fechava ao mundo. O 25 de Abril só chegaria dois anos depois. Em 1978, lançou- se como estilista, com a Harlow, um nome estrangeiro para mais facilmente atrair os clientes. A marca Ana Salazar surge em 1980 e, nessa década e na seguinte, é impossível contabilizar as notícias, reportagens e entrevistas que suscitou. Também prémios e condecorações. Loja em Paris ( 1985), coleções à venda em Roma, Milão, Nova Iorque e Tóquio. Além da roupa, desenhou fardas ( Air Atlantis e CTT, entre outras), sapatos, malas, joalharia, perfumes, roupa de cama, cerâmica e até lançou uma marca de vinhos. Um império que foi ruindo e que culminou na venda da marca Ana Salazar, em 2009, a sócios que “uma pessoa influente” lhe assegurou ser de confiança. Não teve o devido retorno financeiro e, hoje, a estilista não pode usar o selo que tem o seu nome. Lançou a Ana by Herself há dois anos. mas precisava de que um industrial apostasse em si, até parece que começou agora. Tem havido projetos, ideias que não passam disso mesmo, porque, mais uma vez, falta quem queira investir. E a mulher, que já ultrapassou os 70, recusa- se a ficar parada. Quer voltar a viajar pelo mundo da moda, voltar a conjugar o verbo “ir”. Mas... azar nos negócios, sorte no amor.
É neta de modista e filha de arquiteto, só podia ser estilista? Bem, enquanto criança pensava que gostava de vestir determinada roupa e não havia. E a minha avó deu- me a possibilidade de concretizar os meus sonhos, um deles o célebre vestido de fada que me fez e com o qual ganhei um concurso de fantasia no Casino Estoril. A minha avó fazia esse tipo de fatos especiais. E chegou a fazer inclusive as roupas para o quotidiano. Depois comecei a comprar em lojas normalíssimas, na Rua dos Fanqueiros e no Martim Moniz, nessa zona toda, e customizava, punha uns lacinhos em vez de botões, por exemplo. Com que idade? Muito cedo, com 7 ou 8 anos, sempre gostei de inventar coisas para vestir. No liceu cheguei a ter vestidos completamente diferentes das minhas colegas, que eu idealizava e a minha avó concretizava, no fundo éramos as duas que púnhamos em prática essas ideias. Ela fazia a parte toda de moldes e eu a parte criativa. Usava muito a técnica do draping, pôr o tecido em cima de mim e depois dizer: “Quero assim e assim...” O vestido que uso foi assim criado. Veste habitualmente roupa Ana Salazar ou também usa peças de outros estilistas? Também visto roupa de outros estilistas, mesmo quando tinha as minhas coleções. É quando tenho um coup de foudre [ paixão] por uma peça, normalmente por criadores que têm um conceito semelhante, belgas e japoneses. Alguém em particular? O Yohji Yamamoto a nível dos japoneses e a Ann Demeulemeester entre os belgas. Voltando à infância. A avó ia nas suas “loucuras”, não tentava contrariá- la? Sim. Ela era modista mas não praticava. Aliás, o meu pai, quando eu era pequenina, proibiu- a de fazer o que quer que fosse para a minha mãe ou para mim. O meu pai dizia que não para evitar que existissem agulhas e alfinetes à minha volta. Dizia: “Nem pensar nisso!” Mais tarde, os meus pais divorciaram- se e eu passei a viver com a avó. Nessa altura, ela deixou de ter esses problemas e fazia- me os vestidos mais especiais. Já disse que era diferente, irreverente. Só na forma de vestir ou também na forma de agir? Não, não, na minha forma de ser era completamente diferente. Co - mo fiquei cedo com muitas responsabilidades, tornei- me uma pessoa séria. Às vezes costumava dizer, quando tinha 30 ou 40 anos, “bolas! Hoje sou mais jovial, não vejo as coisas com a mesma gra - vidade de quando tinha 9 anos. E procurava ser boa aluna. Habituei- me a ter responsabilidades desde muito cedo. Ficou com muitas responsabilidades porquê? Porque era quem praticamente geria a casa. O pai e a mãe divorciaram- se e casaram novamente e eu fiquei com a avó. Era uma casa com uma estrutura normalíssima, tínhamos empregada, mas eu é que geria. A minha mãe era uma pessoa completamente diferente, um bocado temperamental, e eu era o oposto, se calhar também por reação. A moda surgiu como libertação. Não, era uma coisa natural, inata em mim, uma coisa que me dava muito prazer fazer. Também gostava muito de ler, lia imenso. A moda era uma brincadeira. Cheguei a fazer livrinhos de quadradinhos e havia umas folhas de papel com umas bonequinhas e com uns vestidos para as vestir que se recortavam e eu desenhava não sei quantos vestidos para acrescentar às ditas folhas de papel. Criava ( ou recriava) as suas roupas para ser diferente? Isso tem uma história engraçada. Na altura em que andava no liceu as pessoas ou eram bonitas ou eram feias. Agora já não consideramos assim, porque as pessoas podem melhorar muita coisa da sua aparência: alisar o cabelo, há muitos produtos para a pele. No meu tempo de jovem não era assim e eu achava que o bonito eram aquelas meninas com cabelos lisinhos, lourinhas, sardas e olhos claros. Eu não era nada disso. Portanto, tinha de sobressair e criar uma personalidade muito forte, uma maneira de me arranjar um bocadinho. Não o fiz com uma atitude de contestação nem para ser do contra ou chocar, mas porque ti- nha a necessidade de me afirmar dessa forma. Considera- se a mãe da moda em Portugal? É muito engraçado. Foi preciso ir para Paris e aparecer na capa de uma revista francesa chamada Profession Textile [ 1985], com o título “La pionnière de la mode portugaise” [ A pioneira da moda portuguesa], para se referirem a mim dessa forma. É preciso ir para o estrangeiro para ser reconhecida no país? Em geral sim. Acho que só no futebol é que temos ícones – a própria Amália teve problemas –, quando há tanta gente noutras áreas a fazer coisas espetaculares. Por exemplo, muitos jovens que vão para o estrangeiro e são os melhores em arquitetura, nas ciências e em várias outras áreas. Sempre disse que os portugueses não são nem melhores nem piores do que os estrangeiros, são iguais. Só que, em boa verdade, depois também não há um reconhecimento. Os franceses diziam que era “uma estilista clássica, de vanguarda”, reconhece- se nessa caracterização? Sabe, eram tantos rótulos. Disseram que era “a nova Chanel”, o que é extraordinário porque a Chanel é uma pessoa fantástica. Penso que era pelo conforto do vestuário que apresentava. Nessa altura, vendia lá para todo o lado. Há 40 anos, quando começou, o que é que havia a nível da moda? Não havia nada e não estou apenas a falar a nível de criadores. Não havia produções, eventos de moda. E, nas produções, eu é que fazia tudo. Havia o fotógrafo e eu fazia a produção, tratava dos cabelos e da maquilhagem. Cheguei a produzir desfiles em que ia para cima de um banco para maquilhar e ripar o cabelo ou fazer penteados às modelos, que são altíssimas, porque o cabeleireiro não percebia o que eu queria. Eu chamava a esses eventos “acontecimentos de moda” porque eram verdadeiros happenings. Agora temos excelentes profissionais nessas áreas todas. Em que aspeto é que a indústria evoluiu mais? Para mim, a maior evolução foi o aparecimento de showrooms, para os criadores apresentarem os seus trabalhos, e o facto de haver relações- públicas e gabinetes de imprensa. Todos esses novos postos de trabalho que se criaram e que estão a funcionar bastante bem foram muito importantes. Não para os portugueses que não têm dinheiro, mas para as marcas estrangeiras se implantarem no país. Vêm muitas revistas a Portugal para fazer produções e que recorrem aos nossos cabeleireiros, maquilhadores, que são extraordinários. Essa equipa toda em redor da moda é uma nova realidade. Começou a importar a roupa de Londres, depois abriu a Maçã
Tinha de sobressair
e criar uma personalidade
muito forte
Foi preciso aparecer na capa de uma revista francesa como pioneira
da moda portuguesa
( em 1972), lançou uma linha de roupa, a Harlow, e finalmente a marca Ana Salazar. Pois, mas não foi fácil, tive muitos problemas. Estava em Paris e noutros pontos do mundo com as minhas coleções e as revistas de moda em Portugal boicotavam e nunca apareciam peças minhas. Diziam: “Ela já está em todo o lado, não precisa nada de ser promovida.” Depois começou a haver muitas invejas, de todo o lado, criam- se lobbies, foi um caminho árduo e muito difícil. Mas atingiu o topo. Também se diz que em Portugal quando se sobe um degrau desce- se dois. Afirma que nunca pertenceu a lobbies, nunca se ligou a A ou a B, pagou por isso? Se calhar e, se calhar, também perdi muitas oportunidades por isso. Tive propostas de coisas extraordinárias, porque o negócio foi muito próspero. No tempo da Maçã, e já com a Ana Salazar, éramos uma empresa que estava muitíssimo bem financeiramente, depois foram acontecendo várias coisas que prejudicaram. Quando fui para Paris avisaram- me que não bastava que as minhas peças fossem geniais, era preciso bastante dinheiro para investir em marketing, que deveria ter um attaché de presse [ assessor de imprensa], que era caríssimo. Além de que estava a reduzir o consumo de moda. Já nos finais da década de 1980? Sim, o que os franceses queriam na altura, o que os portugueses querem agora, era a evasão, férias. O consumo muda, são vários fenómenos que vão acontecendo. E era pronto- a- vestir. Basicamente, um criador faz pronto- a- vestir e depois faz peças únicas para os desfiles e que, por vezes, até vendem muitíssimo bem. Mesmo assim não eram roupas acessíveis ao público em geral. Acessível? Quando chegámos a Paris, os nossos preços eram completamente competitivos. Clientes com rendimentos muito mais elevados do que em Lisboa. As nossas coisas nunca deixaram de se vender por causa do preço, por terem um custo elevado. Quem eram as portuguesas que compravam as suas? Tantas, tantas. A Maria José Morgado, a Olga Roriz, a Graça Morais, a Guta Moura Guedes, e de todas as idades. Mulheres com algum poder de compra. Penso que essa não era a razão principal. O uso das minhas roupas sempre significou mais por uma forma de estar dessas mulheres do que pelo poder de compra. Havia clientes minhas, escritoras, professoras universitárias e algumas pessoas da televisão, e que me diziam que gostavam da minha roupa porque lhes transmitia emoção, tinha que ver com sensibilidade. Teve uma loja em Paris e a sua roupa exposta em montras de Nova Iorque, Milão, Roma e Tóquio. Pode dizer- se que teve um império … Um grande império. Uma coisa louca. Quantos funcionários chegou a ter na sua empresa? Umas 30 ou 40 pessoas, só de pensar nisso tudo… Teve um grande império que se desmoronou, o que é que aconteceu? Houve uma série de problemas. Em Nova Iorque tínhamos dois agentes e um morreu com sida. Foi um prejuízo enorme porque perdemos o controlo do negócio nos Estados Unidos. Tóquio também não correu bem. O I CEP [ agora AICEP, Investimento, Comércio e Turismo de Portugal] arranjou- nos um grupo que queria fazer uma joint venture [ união de empresas] e era tudo mentira, eles nem sequer conheciam a roupa. É uma criativa e, como tal, menos atenta à parte financeira. A parte administrativa e financeira era o Manuel Salazar [ ex- marido entretanto falecido] que tratava da parte administrativa e financeira. Era uma pessoa com muita visão, que administrava as coisas da melhor maneira, mas de uma forma contida. Morreu e as coisas alteraram- se. E quis desfazer- se desse “fardo”? Começou a haver a recessão económica, depois a crise, e eu pensei em me desfazer dessa parte, como acontece com muitos criadores. Ainda no outro dia li um livro do Yohji Yamamoto, um criador com imenso sucesso, em que ele se refere ao facto de ter tido dificuldades e vendido a empresa, também em 2009 como eu, e que ficou com a parte criativa livrando- se da parte que detestava. Depois disso, o negócio prosperou. O que é que aconteceu à parte criativa, à marca Ana Salazar? Não vou falar sobre isso, é um assunto que está arrumado. Li notícias em que se dizia que o processo estava nos tribunais. Já houve sentença? Não chegou ao tribunal, foi um contrato mal feito. Quando o negócio se fez o Manuel já estava muito doente e eu confiei em pessoas que me tinham sido indicadas como de confiança. Existe a marca Ana Salazar mas a Ana que a criou não a pode usar? Eu não a posso usar porque a vendi. Um dos sócios ( o outro saiu) ficou detentor da marca, depois disso não sei o que aconteceu. O que sei é que na loja do Chiado está uma marca de ténis [ a anterior loja fechou em março]. Como é que se deixou enganar? Ah, isso acontece. Sabe o que é, foi uma pessoa muito influente que me apresentou essas pessoas e eu confiei, estava de boa- fé. Não tomei as as devidas precauções quando fizemos o contrato. Por
Não posso usar a marca Ana Salazar (...) Foi um contrato mal feito. Estava de boa- fé O Karl Lagerfeld, o Armani e outros criadores são mais velhos do que eu
exemplo, tenho amigos que venderam negócios e receberam o dinheiro na hora. Hoje não teria vendido a marca? Teria vendido. Se ficasse com a empresa quem iria administrá- la? Não tenho conhecimentos nenhuns na área de administração, das finanças. Não há um criador no mundo que não esteja ligado a um grande grupo económico, precisava de um grupo que me apoiasse. E temos esses grupos económicos? Temos, só que não estão para aí virados. Chegou a assinar coleções com a sua filha. Em dado momento. Por que é que, também, acabou essa parceria? Por nenhuma razão especial, as coisas começaram a tornar- se mui - to complicadas. Há dois anos tentou regressar com a marca Ana by Herself, como é que está esse negócio? Como não podia usar o nome Ana Salazar, criei a marca Ana by Herself. Fiz uns uniformes para o Hotel Farol Design em Cascais, aliás, eles têm o logótipo nas fardas. E faço algumas peças de edição limitada para vender na loja da minha filha. Cheguei a fazer uma marca de vinhos, mas foi com uma adega de pequenas dimensões e estas coisas precisam de grandes campanhas de marketing. Lá está, quando comecei pensei: “Nós [ os portugueses] temos de ser iguais aos outros.” e, no fim, passam estes anos todos e é mais do mesmo. Voltou ao início? Ou seja, a tentar criar uma nova marca. Afinal, o país não mudou assim tanto desde que começou. Há coisas que continuam iguais. Em geral, as pessoas não percebem nada de marketing e os grandes investidores, as grandes fortunas, não estão virados para estas áreas. E também se vive uma época económica bastante difícil, que é global, mas que tem maiores repercussões em Portugal. Com todo o percurso que teve no mundo da moda, o que gostava que escrevessem no seu perfil? O que eu gostava era que não me esquecessem, gostava de voltar a trabalhar. Toda a gente em Portugal reconhece o meu trabalho mas estou sem fazer nada. E o meu maior problema neste momento é a falta de ocupação, já houve várias ideias, inclusive de fazer um livro. Editei uma biografia ilustrada, mas agora gostaria de fazer um livro com conteúdo, houve abordagens mas não há editora definitivamente interessada. Só se arranjarem um patrocínio que pague o livro ou se eu pagar. Não sou vaidosa para o fazer. Como é que ficou a sua vida a nível financeiro? Tenho um tipo de vida que não posso dizer que seja mau. Mau é o facto de não estar a trabalhar e isso, para mim, é o pior de tudo. Antes, viajava imenso em trabalho, o que não acontece agora. Em média, tinha de ir ao Japão duas vezes por ano; a Paris quase todos os meses, a Milão e a Nova Iorque duas a quatro vezes por ano. Quando uma pessoa diz “tenho de ir”, para mim, é um prazer. Nunca se queixou das viagens em em que só se conhecem os aeroportos e os hotéis e pouco mais, no seu caso as lojas e os desfiles. Adoro isso tudo. É o que mais gosto de fazer. E viajar é uma coisa intrínseca à moda, à criação. Sente- se com energia para isso, já passou dos 70, pode dizer- se a sua idade? Fiz agora 74, o que não é grave. O Karl Lagerfeld, o Armani e outros criadores são mais velhos do que eu. Não é por aí. A idade não penaliza mais as mulheres? Olhe, uma fashionista americana, com 84 anos, acaba de ser nomeada para estar à frente de um museu importantíssimo de moda em No - va Iorque. Não é por aí, desde o momento em que se tenha as faculdades intelectuais intactas. Acha que os estilistas portugueses lhe devem alguma coisa? Eles é que sabem. Reconhecem o papel que teve para o desenvolvimento da moda em Portugal? Reconhecem. Há uma grande ligação, de uma forma geral. São muito queridos comigo. Portanto, não se queixa do meio artístico, mas da projeção que tem tido ultimamente o seu trabalho. É mais isso, em termos, inclusive, da imprensa, dos lóbis, das instituições que, por uma razão ou outra, favorecem mais uns do que outros. O que é que está a fazer neste momento? Muito pouco, estou com a marca Ana by Herself e até lhe direi que lojas muito conhecidas em Portugal, talvez as melhores, gostariam de ter uma pequena coleção minha. Já manifestaram esse desejo, o que é muito interessante e estou- lhes muito grata, o problema é produzir essas peças. O ideal disto tudo era haver um parceiro industrial que fabricasse as coleções futuras, por exemplo uma coleção de malhas ou os meus sapatos. E consultora ou conselheira de eventos de moda? Também seria interessante. Até fui convidada para dar aulas na Faculdade de Arquitetura, só que, na altura, disse: “Olhe, eu recuso porque, na realidade, não tenho um curso de Estilismo.” E eles disseram: “Não há problema, porque na América também ninguém tem curso.” Sente falta de formação académica em estilismo? Não é por isso. Fiz conferências no IADE, na Faculdade de Arquitetura, e até em Paris, não tenho o mínimo problema em falar sobre o meu trabalho. E não precisei de um curso para desenvolver a marca. De todos os prémios e condecorações que recebeu, quais lhe deram maior prazer? É sempre bom receber, é um reconhecimento, mas são prémios. Quando recebi a Ordem do Infante D. Henrique foi muito importante porque era das poucas a ter essa distinção, hoje já muita gente a tem.