Sporting de Jesus conquista troféu a uma semana de enfrentar o Benfica
Golos de Slimani e Carlos Mané na segunda parte valeram vitória sobre os italianos da Roma. Jorge Jesus apostou em quatro reforços de início ( estreou Bryan Ruiz) e testou o 4x4x2 para a Supertaça com o rival Benfica
O Sporting ergueu ontem o Troféu Cinco Violinos pela quarta vez, depois de vencer a Roma, por 2- 0, em Alvalade, no jogo de apresentação. Slimani – eleito o melhor em campo – e Carlos Mané marcaram os golos daquele que foi um bom teste para o primeiro jogo a sério da época: a Supertaça contra o Benfica, no dia 9 ( domingo), no Algarve. O troféu foi levantado por Gabriel, um adepto leonino de dez anos, exemplo de sobrevivência que mereceu um grande aplauso. Adrien, o novo capitão leonino, ainda vai ter de esperar mais um pouco para levantar a sua primeira taça sozinho.
O dia era de festa e exigia um fato de gala, à altura da homenagem às velhas glórias do clube – Jesus Correia, Travassos, Vasques, Peyroteo e Albano –, mas Jorge Jesus optou pelo fato de treino ( que tanta polémica deu no caso do antecessor Marco Silva). O treinador sabia que era preciso suar para vencer a Roma, o terceiro convidado italiano em quatro edições do torneio, que exigia respeito e atenção ao meio- campo leonino principalmente. Por isso apostou num Sporting a jogar em 4x4x2, com João Mário e Adrien Silva no meio campo, Teo Gutiérrez e Slimani no ataque, servidos por Carrillo e Ruiz nos corredores. Os reforços Naldo e João Pereira também entraram de início.
A estratégia de pressão alta revelou- se prometedora desde o início, com os leões a surpreenderem a Roma nos primeiros 20 minutos. Só nessa altura De Rossi mostrou que Patrício estava em jogo e aos 38’ Totti levou realmente perigo à baliza leonina. O avançado já perto dos 40 anos mostrou pouco do gladiador que já foi, mas ainda impôs respeito à dupla de centrais leonina ( Paulo Oliveira e Naldo). O central brasileiro foi mesmo um dos melhores em campo.
Jesus exigia à equipa que se movimentasse em bloco conforme variava o jogo adversário. Os extremos, por exemplo, procuraram incansavelmente o espaço interior, libertando com isso espaço para os laterais subirem, tal como o treinador “berrou” a João Pereira e Jeffe- ron. Com esta subida em bloco, o Sporting passava a ter vários jogadores em zona central, o que permitia linhas de passe, mostrando um futebol dinâmico e com muita posse de bola – muito diferente das transições rápidas, imagem de marca do antecessor.
Apesar de controlarem as operações, os leões revelavam pouca intensidade de jogo e o intervalo chegou sem golos. A primeira parte terminou com um cabeceamento de Bryan Ruiz por cima da barra e com um cruzamento de Jefferson ao qual Slimani não chegou.
No regresso, Jesus mexeu na equipa, mas manteve o esquema. Saiu Bryan Ruiz, que se estreou com a camisola do Sporting, e entrou Carlos Mané. O jovem que há dias renovou contrato, e assim esqueceu a oferta do Mónaco, entrou bem e mexeu com o jogo. Fez o que lhe foi pedido, levou irreverência e criatividade à partida, e acabaria por ser a figura da segunda parte. Primeiro tirou dois jogadores da Roma do caminho e isolou Slimani, que viu De Sanctis impedir o golo – sol de pouca dura, porque o argelino chegaria ao golo no lance a seguir –, e depois apareceu na área a fazer o 2- 0 que sossegou os adeptos. O troféu Cinco Violinos ficava em casa pela quarta vez.
O Sporting esteve seguro a defender e perigoso a atacar. E mereceu ganhar. Até porque o adversário não conseguiu mostrar o futebol que apurou a equipa para a Liga dos Campeões. A Roma vivia dos rasgos e da rapidez de alguns jogadores, sempre controlados pelos leões, que deram boas indicações para a Supertaça com o Benfica, no dia 9, e do que podem fazer na época 2015- 16. Para o confronto com o Benfica, Jesus só terá de decidir se quer a profundidade e a experiência de Ruiz e Gutiérrez nas alas ou a irreverência e a criatividade de Mané e Gelson, que entrou muito bem no jogo. O resto do onze está escolhido.