Diário de Notícias

“SEMPRE ANDEI À PROCURAR COISAS NOVAS, MENOS NO ASPETO AMOROSO”

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A Ana voltou a ter um companheir­o nesta nova fase da vida. Sim, em finais de 2012. Alguém bastante mais novo. Sim, 41 anos. Hesitou em assumir a relação? Não tive problemas nenhuns em assumir. E é engraçado que sempre andei à procura de coisas novas, de todo o tipo, menos no aspeto amoroso. Apesar de estar divorciada há muitos anos – aliás, eu não sou viúva, sou divorciada – nunca mais tive um relacionam­ento, nunca tive affaires. Claro que apareceram montes de situações em que poderia envolver- me, mas nunca fui desse género, pensava sempre que era complicadí­ssimo, porque nunca fui de pegar e largar. Como é que mantém a forma, vai ao ginásio? Sim, vou ao ginásio três vezes por semana fazer body tonic e barra de chão. E o Nuno [ o companheir­o era o personal trainer ] incentiva- me a fazer exercício em casa. E tenho uma alimentaçã­o correta, quer dizer, faço os meus disparates quando estou num jantar de amigos. E plásticas, já fez? Já fiz algumas, de reconstruç­ão do maxilar, lifting facial e tenho feito alguns procedimen­tos de manutenção. Teve apenas uma filha por ser uma mulher muito ocupada? Porque eu pensei sempre que ter filhos era uma tarefa para ser feita a dois e o meu ex- marido, logo nessa altura, começou a dar provas de que as coisas não seriam muito claras e que seria uma grande confusão. Foi a sua grande paixão? Acho que estive apaixonada pelo meu marido para aí 20 anos. Quantos netos tem? Um, o Dinis, de 12 anos. Acaba de regressar de férias, o que mais gosta nas férias? Gosto de sair daqui, de viajar, de deixar o país, sempre gostei. Porque não se sente bem em Portugal? Não é por causa de não me sentir bem, gosto de sair, de viajar, de ver outras coisas. Se fosse hoje, teria ficado em Paris? Todas as entidades ligadas à mo da em França diziam que tinha de vi- ver lá. Diziam- me: “Só com a Ana em Paris é que a marca vai para a frente”, mas preferi ficar em Portugal. Diziam que o trabalho era muito bom mas que não chegava. E aconteciam coisas muito interessan­tes, por exemplo, a publicação do nosso trabalho em revistas. Uma vez, um casaco nosso saiu na revista Madame Figaro e vendeu duas mil unidades, repare. O facto de ter tirado o curso de guia- intérprete, profissão que chegou a exercer, tem que ver com essa vontade em querer sair? Tem que ver com a minha visão de pensar que era importante o turismo em Portugal, como se está a ver. E gosto de socializar, não gosto de estar sozinha. E também porque viajar era uma fonte de inspiração para as minhas coleções. Acha que conseguiu acom - panhar as tendências, nunca se sentiu ultrapassa­da? Não, de todo. Até acho muito engraçado, às vezes apetece- me fazer uma coisa diferente – um corte de cabelo ou usar uma roupa –, eé a tendência do ano. Estava em Portugal e, quando chegava a Paris para apresentar as minhas coleções, eram assim as tendências. Chegámos a estar com os maiores criadores de moda. Considera- se, então, uma mulher à frente do seu tempo? Com uma grande intuição, uma visionária, mas penso sobretudo que é uma questão de intuição.

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