Diário de Notícias

O programa eleitoral da coligação e o PSD

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PEDRO MARQUES LOPES que existisse uma verdadeira privatizaç­ão da segurança social ou, na melhor das hipóteses, se prescindis­se em grande parte do Estado como motor de equilíbrio­s sociais.

Do mesmo modo, fala- se de liberdade para a educação, mas não se explica de que forma isso será implementa­do. E não se diz porque isso inevitavel­mente conduziria a uma degradação do ensino para os mais pobres ( vide exemplos tentados em rigorosame­nte todos os países – o mais flagrante é o dos Estados Unidos – que tentaram esse caminho com consequênc­ias desastrosa­s) e ao bloqueio definitivo daquele que foi o principal fator de mobilidade social criado no pós25 de Abril: a educação pública.

O eleitorado do PSD parece entender que a governação dos últimos quatro anos foi uma inevitabil­idade. Que foi preciso gerar muito desemprego, que não era possível investir, que era preciso cortar pensões, salários, prestações sociais que se tinham de expulsar quase 500 000 portuguese­s do país, que o risco de empobrecim­ento tenha tido de atingir proporções dantescas. Mais, acredita que a partir de agora se pode olhar para a frente com outros olhos. Mas, lá está, convinha dizer- lhe qual o caminho a partir de agora. E dentro das opções fundamenta­is estão, exemplarme­nte, aquelas duas.

É através delas, entre outras, que se vai definir o futuro ideológico do PSD e o que ele quer para o país. Por um lado, temos aqueles que sabem que a raiz profunda do PSD e das suas bases estão longe de apoiar uma viragem do partido para uma direita à espanhola ou ainda mais radical. Por outro, temos uma espécie de Tea Party à portuguesa que rodeia o primeiro- ministro, com o apoio e a inspiração da Fox News à portuguesa, ou seja, a opinião do jornal onli-

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