Diário de Notícias

Wenger em busca da Supertaça perdida para Mourinho em 2005

Community Shield esperou dez anos por novo duelo entre o francês do Arsenal e o português do Chelsea. Rivalidade entre os treinadore­s é uma “história de amor” para Wenger

- I S AURA A L MEI DA

O Chelsea- Arsenal é um bom aperitivo para início de época em Inglaterra, na Community Shield, equivalent­e à Supertaça, mas o prato principal do jogo de hoje ( 15.00, Sport TV1) é o duelo entre José Mourinho e Arsène Wenger. Uma história de amor- ódio, que reedita a Supertaça de 2005 – ganha por pelo português –, e dará a um dos treinadore­s o primeiro troféu da temporada 2015- 16.

“É tudo uma questão de amor”, atirou o técnico francês, na antevisão do jogo, entre sorrisos, salientand­o, mais a sério, que não se trata de um “amigável”, mas de uma partida importante para “ganhar” e “dar aquela motivação extra antes do início da Premier League”.

A relação tem sido mais proveitosa para o treinador português, já que nunca perdeu diante do gaulês em 13 jogos disputados ( ver tabela). “Só quero ter os melhores resultados possíveis. Não interessa o Arsenal, o treinador... Se é inevitável que o Wenger um dia me ganhe? Quem sabe. Nunca fiz alarido com as vitórias sobre o Arsenal. Não expludo de alegria quando a minha equipa os vence e não irei fazer um drama quando perder”, respondeu Mourinho.

Para o Special One, este “é um jogo especial” e com uma “motivação diferente” dos que a equipa jogou na pré- época, por valer um troféu: “Acho que a Supertaça é mais do que um particular, como os que fizemos com Barcelona ou PSG, mas menos do que um jogo da Liga. A motivação é diferente.” Além disso, Mourinho, campeão pelo Chelsea na época passada, procura reeditar o sucesso de 2005 frente ao rival londrino orientado pelo francês, que venceu a Taça de Inglaterra na época passada.

Há dez anos, dois golos de Didier Drogba ( mudou- se para o Impact Montreal da MLS) foram suficiente­s para os blues se imporem ( 2- 1) e festejarem a conquista da Supertaça. O golo de honra dos gunners foi marcado por Cesc Fàbregas, atual jogador do Chelsea. Já neste verão, Peter Cech deixou de defender a baliza de Stamford Bridge e hoje estará do lado dos gunners . Rivalidade de uma década A rivalidade entre Mourinho e Wenger dura há mais de uma década, desde que o técnico português se

Wenger e Mourinho repreendid­os pelo árbitro no último confronto mudou para Londres ( 2004- 05). Pouco impression­ado com o estilo de jogo objetivo e vistoso que revolucion­ou a Premier League nos anos 90, Mourinho não gostou dos reparos do colega ao “futebol defensivo e calculista” do Chelsea acabado de ser campeão no ano de estreia.

E depois de o francês lhe ter chamado “estúpido”, Mourinho acusou Wenger de ser um “especialis­ta do fracasso”, lembrando os poucos troféus do colega em 16 anos no Arsenal: “Wenger tem um trabalho de sonho, porque tem estabilida­de e tem tempo para comprar e vender e ainda esperar pelo sucesso... e esperar e esperar. Ele tem o trabalho de sonho.”

Na última vez que se encontrara­m, em outubro de 2014, o Chelsea venceu, por 2- 0. Apesar do triunfo, o Special One não se livrou dos cânticos dos adeptos rivais que passaram o jogo a cantar boring ( aborrecido) cada vez que um jogador do Chelsea tocava na bola. No final, quando quando lhe perguntara­m se concordava com a apreciação dos adeptos ao jogo do Chelsea, Mou deixou uma bicada a Wenger: “Aborrecido é ficar dez anos sem festejar um título.”

Nesse jogo, os técnicos acabaram a puxar gravatas e aos empurrões, mas Wenger desdramati­zou a situação: “Por vezes ocorrem incidentes. O ambiente pode aquecer quando dois treinadore­s se defrontam, mas, no final, acredito que o tempo acaba por curar tudo, e o importante é haver respeito mútuo.”

Já neste verão, Wenger criticou a política de contrataçõ­es do Chelsea, chamando “gastador compulsivo” a Mourinho, que não ficou calado. “Ele que arranje uma calculador­a. Façam as contas do que os dois clubes gastaram nos últimos três ou quatro anos. Vão ter uma surpresa”, atirou o português, que espera ainda contrariar a visão de Wenger de que “o Arsenal vai ser campeão até 2017”. Ana Borges festeja com o Chelsea O Chelsea conquistou ontem a Taça de Inglaterra em futebol feminino, ao vencer o Notts County, por 1- 0, num jogo disputado em Wembley. Com Ana Borges a entrar em campo aos 80 minutos, as blues venceram com um golo de Ji, que valeu a conquista da primeira Taça da história da equipa feminina.

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