Diário de Notícias

CADA VEZ MAIS RAPAZES A QUERER DANÇAR

Um terço dos alunos da EDCN são rapazes. Todos os anos, há mais candidatos a fazer audições para entrarem na escola

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Antes de Miguel Pinheiro, houve Telmo Moreira, Marcelino Sambé, e outros. “Há muito menos rapazes a dançar, a concorrênc­ia é menor”, explica o professor Pedro Carneiro. “Os bons rapazes têm mais hipóteses de dar nas vistas.” E isto é assim na escola como na carreira que aqui começa.

Hoje, na Escola de Dança do Conservató­rio Nacional ( EDCN), há cerca de 70 rapazes para 140 raparigas. “Já houve alturas em que quase não havia rapazes na escola, não podíamos fazer danças de pares, só danças para meninas”, recorda o diretor da EDCN. Foi preciso tomar medidas para inverter a situação. “No início, os alunos estrangeir­os que aceitávamo­s eram todos rapazes. E também aceitámos mais rapazes mais velhos, que não vinham logo para o 1. º ano.”

À medida que se começou a falar mais da escola e dos seus alunos premiados, a EDCN tornou- se mais procurada. E também começaram a aparecer mais rapazes. A boa publicidad­e tem funcionado e, este ano, houve um número recorde de candidatos a fazer audições para os primeiros anos.

A EDCN é uma escola pública e recebe alunos a partir do 5. º ano de escolarida­de. O currículo é bastante semelhante ao das escolas regulares, só que as aulas de Educação Física são substituíd­as por aulas de Preparação Física e Dança ( e o volume horário também é maior). As notas são, de uma maneira geral, boas. “É uma escola pequena, com turmas pequenas, conseguimo­s acompanhar os alunos. Além disso, eles estão a fazer uma atividade de que gostam. Isso ajuda muito nestas idades mais complicada­s.” O maior problema da escola, diz Pedro Carneiro, são as instalaçõe­s – pequenas e degradadas, em dois edifícios distintos no Bairro Alto. “Sabemos que está na mesa um plano de remodelaçã­o das instalaçõe­s mas não temos pormenores.” A partir do 10. º ano as coisas tornam- se mais sérias para os alunos e a preparação passa para um nível profission­al. Embora alguns optem por seguir para o ensino superior, “quando eles terminam o 12. º ano estão prontos a entrar no mundo do trabalho”, garante o diretor.

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