Diário de Notícias

Dez anos depois, Wenger vingou- se e venceu Mourinho pela 1. ª vez

Golo de Oxlade- Chamberlai­n derrotou o Chelsea e deu ao Arsenal a 14. ª Supertaça. Português atirou medalha para a bancada

- I S AURA A L MEI DA

“Um dia vai acontecer.” A frase de José Mourinho antes do jogo acabou por ser premonitór­ia, já que, ontem, pela primeira vez desde que chegou a Inglaterra ( 2004- 05), o Special One perdeu diante de Arsène Wenger, e logo um jogo que valia um troféu. Um golo de Oxlade- Chamberlai­n, aos 24 minutos, foi suficiente para o Arsenal vencer a Supertaça inglesa frente ao campeão Chelsea e perante 85 mil adeptos no Estádio de Wembley.

Foram precisas 14 tentativas para o francês conseguir vencer um duelo ao treinador português. Nos últimos 13 tinha perdido sete e empatado seis. Ontem venceu pela primeira vez. Mas nem por isso teve o fair play que tantas vezes reclamou a Mourinho. No final da partida, os jogadores do Arsenal regressara­m ao relvado, onde estava o técnico português, que cumpriment­ou os vencedores, um a um... O último da fila era Arsène Wenger, que preferiu atalhar caminho e

Jogadores do Arsenal festejam conquista do primeiro troféu da época passar nas costas de Mourinho para não dar de caras com o rival.

Mas vamos ao jogo. O Arsenal entrou muito forte e obrigou o Chelsea a assistir ao domínio dos gunners nos primeiros 30 minutos. Sem surpresa, Oxlade- Chamberlai­n adiantou a equipa, num excelente movimento da direita para o meio, finalizado com um remate colocado e em arco, sem hipóteses para Courtois ( o guardião do Chelsea ainda evitou golos de Cazorla, por duas vezes até ao fim da partida).

Só depois os blues deram sinal de reação, por Ramires, de cabeça, a assustar Peter Cech. O guarda- redes checo foi titular na baliza do Arsenal e defrontou pela primeira vez a equipa que defendeu durante 11 anos. Cech acabou por ser um trunfo de Wenger, já que foi determinan­te para segurar a vantagem durante 70 minutos! Ele que travou um livre de Oscar, de forma exemplar, na segunda parte, e levantou a Supertaça pelo Arsenal, tal como em 2005 o fez pelos blues. Já Fàbregas saiu derrotado das duas vezes – ontem pelo Chelsea e há dez anos pelo Arsenal.

“Fomos a melhor equipa, tivemos a iniciativa, controlámo­s a partida e tivemos a posse de bola. Mas quando uma equipa está à frente, é mais difícil dar a volta ao resultado. O Arsenal defendeu com dez jogadores, estiveram bem organizado­s. Parabéns para eles. Tiveram umas poucas oportunida­des em contraataq­ue e nós tivemos as nossas em futebol organizado. Conseguira­m um golo sem justificaç­ão”, reagiu Mourinho.

Já Wenger discordou e afirmou que o Arsenal mereceu vencer, mas admitiu que “talvez” a sua equipa tivesse “um pouco o complexo de jogar com o Chelsea.” Medalha para a bancada Mourinho anteviu que um dia a derrota com o francês “especialis­ta no fracasso” iria acontecer e avisou na véspera que caso isso acontecess­e não ia chorar. Mas uma coisa é perder e não chorar, outra é levar a recordação para casa. Por isso a medalha de vencido foi parar à bancada... às mãos de um jovem adepto do Arsenal. “Não guardo medalhas de finalista e por isso atirei- a para a bancada. Embora a medalha seja para o derrotado, penso que é um bom presente para ele [ adepto]”, explicou Mourinho, que em 2006 tinha feito o mesmo à medalha de campeão. Na altura até atirou duas, já que a organizaçã­o lhe ofereceu outra e a de substituiç­ão teve o mesmo destino.

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