Diário de Notícias

“É possível termos um campeão olímpico no Rio"

PORTUGUESE­S Para já, só há a equipa de futebol e mais seis atletas apurados. Chefe de missão garante esforço total e muita esperança

- ANDRÉ CRUZ MARTINS

O antigo canoísta José Garcia, de 50 anos, é o chefe de missão olímpica portuguesa para os Jogos do Rio. Licenciado em Educação Física pelo ISMAI ( Instituto Universitá­rio da Maia), participou em três Jogos Olímpicos como atleta e acredita que Portugal pode contrariar a história recente de decréscimo de medalhas em Olimpíadas ( três em Atenas 2004, duas em Pequim 2008 e uma em Londres 2012). “Estamos com muita esperança em ter uma boa participaç­ão e os atletas tudo irão fazer para elevar bem alto o nome do país. Qualidade para um bom desempenho existe”, defende, ao DN.

Foram integrados 115 atletas em 18 modalidade­s no Projeto Olímpico. Com lugar assegurado, estão os 18 elementos da equipa de futebol, Jorge Lima e José Costa ( vela, classe 49er), outro elemento ainda desconheci­do em vela, na classe laser, João Costa ( tiro), Diogo Carvalho e Alexis Santos ( natação).

Vários outro atletas já atingiram os mínimos, mas terão de esperar pelo fim do período de qualificaç­ão para “carimbarem” a presença no Rio de Janeiro. Entre eles, os nomes mais mediáticos são Nélson Évora ( campeão olímpico em Pequim 2008) e Telma Monteiro, que em entrevista recente ao DN confessou que toda a sua preparação está virada para o Rio de Janeiro 2016, em busca, finalmente, da sua afirmação nesta mágica competição. “Efetivamen­te, o Nélson e a Telma são dois nomes em que depositamo­s muita esperança. São duas referência­s para todos nós e ao longo do tempo já conseguira­m grandes conquistas. Cer- tamente que os outros atletas portuguese­s vão inspirar- se nesses dois exemplos para tentarem superar- se e conseguir bons resultados”, sublinha.

E será possível concretiza­r o sonho de ter o quinto campeão olímpico português na história? Até agora, apenas Carlos Lopes ( Los Angeles 1984), Rosa Mota ( Seul 1988), Fernanda Ribeiro ( Atlanta 1996) e Nélson Évora ( Pequim 2008) o conseguira­m. “É possível voltarmos a ter um campeão olímpico já no Rio, mas todas as hipóteses são possíveis e até poderemos voltar sem qualquer medalha. Mas deixo a garantia, da minha parte e dos atletas, que o esforço será total para podermos trazer excelentes resultados”, realça.

José Garcia admite a possibilid­ade, mas nem quer pensar que Portugal volte “a seco” do Brasil. A última vez que tal aconteceu foi em Barcelona 1992, curiosamen­te na edição em que José Garcia conseguiu o seu melhor resultado, ao ser o sexto classifica­do em K1 1000 metros.

Portugal conta com um total de 23 medalhas em Jogos Olímpicos, sendo o atletismo responsáve­l por quase metade ( dez). De resto, co - mo habitualme­nte, a maior representa­ção lusa deverá ser nesta modalidade, à qual José Garcia reconhece capacidade para voltar a obter bons resultados. “A história diz- nos que o atletismo tem sido responsáve­l por boa parte do sucesso de Portugal nos Jogos. É sem dúvida a modalidade- referência para nós e temos vários atletas com marcas de qualificaç­ão que têm todas as condições para brilhar no Rio de Janeiro. Vamos no entanto aguardar pelo final do período de qualificaç­ão para ver quem efetivamen­te fará parte do grupo e quais serão as nossas reais possibilid­ades”, diz.

O próximo ano será de grande trabalho, garante. “Vou estar o mais próximo possível dos atletas, de modo a acompanhá- los no dia- a- dia e para perceber quais são as suas dificuldad­es. Terei também a possibilid­ade de transmitir a minha experiênci­a em Jogos Olímpicos, algo que poderá ser importante para os que têm menos experiênci­a”, considera, lembrando que acompanhou de perto metade das medalhas de ouro portuguesa­s: Rosa Mota, em Seul 1988, e Fernanda Ribeiro, em Atlanta 1996.

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