Diário de Notícias

“Matrículas servem para fazer número”

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As vendas de carros ligeiros aumentaram 29,2% nos primeiros sete meses de 2015, mas desacelera­ram em julho para 9,7%. Quais são as razões? Há quatro razões para estes números. O mercado de rent- a--car não teve tanto moviment o em j ul ho como nos s ei s meses anteriores. As compras foram orientadas até ao final de junho para correspond­er ao aumento da procura dos turistas por estas empresas no verão, quando vi si t am Por t ugal. Também se notou uma contração na procura dos consumidor­es menos abonados, que canalizara­m os rendimento­s para as férias e não tanto para comprar carros. Aqui também há clientes que reorientar­am o orçamento para o pagamento de i mpostos como o IMI e/ ou o IRS. Estamos, além disso, a comparar os números de julho com meses que tinham uma base bem mais fraca nas vendas, sobretudo de 2011 e de 2012. Podemos confiar nos números das matrículas em Portugal? Há dias em que as matrículas emitidas duplicam os númer os do di a anterior. A 3 0 de julho, por exemplo, houve 1668 matrículas. A 29, no dia anterior, houve apenas 879 matrículas, segundo os dados oficiais. A média do último mês f oi de 883 re gi s t os. Grande parte delas são criadas apenas para fazer figura. Os fabricante­s andam a emitir por emitir e estamos a enganar- nos. As empresas acabam mesmo por recolocar os carros no mercado. O aumento da matriculaç­ão acaba por se destinar a carros de serviço ou para a reexportaç­ão. O Estado, neste caso, perde 25% das receitas do imposto sobre veícul os ( I SV ) quando isto acontece. O que propõe para alterar esta realidade? É necessário repensar a atribuição de matrículas em Portugal. Temos de passar a conjugar a atribuição das matrículas com a transferên­cia de propriedad­e dos veículos. Os números das matrículas só são efetivos após o pagamento do ISV.

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JORGE NEVES DA SILVA Secretário- geral da ANECRA

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