Pior pré- época do século deixa Benfica em alerta
Caso. Encarnados terminaram pré- temporada com pesada derrota ( 0- 3) diante do Monterrey. Há dispensas e contratações para fazer, uma tática para definir e a Supertaça é já no domingo
A pré- temporada do Benfica terminou na madrugada de segunda- feira com uma pesada derrota ( 0- 3) frente ao Monterrey do México. No total, os encarnados realizaram cinco jogos até agora e não conseguiram qualquer triunfo ( três derrotas e dois empates). Este é o pior registo do novo século, com Rui Vitória a bater o “feito” de Jorge Jesus na pré- época passada ( uma vitória e cinco derrotas).
De facto, o Benfica de Jorge Jesus no último ano só conseguiu vencer por uma única vez ( frente ao Sion, 2- 0) e muitas críticas começaram a surgir, até porque para vencer o Rio Ave, na Supertaça, as águias tiveram de recorrer à lotaria das grandes penalidades.
Agora as dúvidas caem novamente em cima dos encarnados, mas desta feita de Rui Vitória, até porque o primeiro jogo oficial da temporada é já domingo, dia 9, também para a Supertaça, diante do Sporting... de Jorge Jesus, que já ganhou dois troféus na pré- época.
“É sempre melhor começar a ganhar do que a perder, mas as análises fazem- se só no final. O Benfica tem um treinador novo e está a assimilar coisas novas. Estou apreensivo, mas também esperançado em que as coisas mudem”, começou por dizer ao DN o ex- dirigente José Capristano, fazendo depois um pedido à direção de Luís Filipe Vieira.
“É preciso que quem manda se decida a abrir os cordões à bolsa, até porque não posso deixar de recordar que no dia em que Rui Vitória foi apresentado o presidente Luís Filipe Vieira prometeu dar- lhe as mesmas condições que deu a outros, como a Jorge Jesus”, referiu José Capristano, que entende as razões para a pré- temporada do Benfica em continente americano.
“É claro que no Seixal, em Espanha ou em outro país europeu seria melhor do ponto de vista desportivo, porque não eram necessárias longas viagens. Mas do ponto de vista financeiro o Benfica recebeu 3,5 milhões de euros, temos de entender”, disse, perspetivando depois o dérbi de domingo: “Um dérbi é sempre difícil de prognosticar, mas o Benfica não é favorito, como diz Jesus, até pela pré- tem- porada do Sporting. Estou algo preocupado, mas ainda é muito cedo e a época não acaba domingo.”
Leões preocupantes Além da lesão de Salvio, que poderá não jogar esta temporada, o Benfica, de Rui Vitória, também está privado da habitual dupla de centrais, Jardel e Luisão, lesionados nesta pré- temporada.
Os dois vão fazer exames nas próximas horas para saber da gravidade das mazelas – o capitão Luisão lesionou- se na derrota com o Monterrey – e da disponibilidade de ambos para o dérbi com o Sporting. Caso falhem a Supertaça, Rui Vitória apenas tem Lisandro López e o jovem sueco Lindelof à sua disposição para o centro da defesa.
Sistema ainda indefinido Rui Vitória sempre foi um apaixonado pelo 4x3x3, mas também utiliza o 4x4x2. Nesta pré- temporada, contudo, o sistema mais utilizado, como no último encontro com o Monterrey, foi o 4x1x3x2, tendo utilizado também por uma vez o 4x2x3x1. Algumas indefinições quanto à chegada e saída de novos jogadores faz, para já, que o treinador vá testando vários modelos.
Entradas mas também... saídas Rui Vitória e Luís Filipe Vieira reúnem- se hoje para discutir o plantel. O treinador já definiu as dispensas, mas também já fez saber ao presidente as necessidades que vê no plantel, concretamente a contratação de um lateral esquerdo, de um médio ( 8), de um extremo e ainda de outro avançado, isto depois da saída de Lima.
Luís Filipe Vieira está a tentar satisfazer as vontades do novo treinador do Benfica e há vários jogadores a serem negociados, como o médio argentino Meli ( Ozan Tufan, do Bursaspor, também foi ontem apontado às águias) e dois avançados. Calleri ( Boca Juniors) e Soldado ( Tottenham) são os objetivos, mas Raúl Jimenez ( At. Madrid) voltou à mesa de negociações.
Mas se há jogadores para entrar, também há saídas na calha. Gaitán deverá mesmo deixar a Luz depois da Supertaça, até porque as águias precisam de realizar mais capital.