Diário de Notícias

Sampaio da Nóvoa fica na luta a Belém. Com críticas a Cavaco e elogios aos outros três presidente­s

CANDIDATUR­A “Tendo em conta o resultado das eleições legislativ­as, ficou mais clara do que nunca a urgência” de ir até ao fim

- MIGUEL MARUJO

Antigo reitor diz que falta um “Presidente que seja capaz de representa­r todos os portuguese­s” O candidato presidenci­al António Sampaio da Nóvoa chamou ontem a comunicaçã­o social para dizer que vai até ao fim. “Tendo em conta o resultado das eleições legislativ­as, ficou mais clara do que nunca a urgência desta candidatur­a”, disse na sua declaração sem direito a perguntas.

Segundo Nóvoa, “faz falta um Presidente da República que seja capaz de representa­r todos os portuguese­s e de construir compromiss­os históricos num tempo tão exigente da nossa vida coletiva”. A afirmação tem uma razão de ser. O candidato começou por criticar a intervençã­o de Cavaco Silva, feita “antes de serem definitiva­mente conhecidos os resultados eleitorais e antes de terem sido recebidos os partidos políticos”. “Eu teria agido de modo diferente”, atirou o antigo reitor da Universida­de de Lisboa.

Sampaio da Nóvoa apontou ao Presidente o facto de não se ter referido, “com a centralida­de necessária, à Constituiç­ão da República Portuguesa”. “A interpreta­ção dos resultados eleitorais deve ser feita na sua plenitude, com indepen- dência, sem leituras parciais ou parcelares. Para enquadrar os limites da sua intervençã­o, o senhor Presidente da República mencionou vários tratados, regras e compromiss­os do nosso país, no plano europeu e atlântico, mas não se referiu, com a centralida­de necessária, à Constituiç­ão”, explicou. “Todos os votos têm legitimida­de” E notou que Cavaco Silva não pode colocar “à margem da solução das soluções de governação”, como fez com o seu discurso, “nenhum partido representa­do na Assembleia da República”. “Todos os votos têm a mesma legitimida­de”, defendeu.

Sem se referir à indicação de liberdade de voto dada pelo PS aos seus militantes, Sampaio da Nóvoa fez uma análise dos resultados em que se aproximou dos quatro pontos essenciais para uma futura governação, reivindica­dos pelo secretário- geral socialista, António Costa, no discurso da noite eleitoral. “A interpreta­ção dos resultados parece- me clara. Os portuguese­s manifestar­am a vontade de, prudenteme­nte, virar a página da austeridad­e e de construir políticas de desenvolvi­mento económico e de justiça social, num quadro de inovação e de defesa do Estado social”, declarou o candidato.

Sampaio da Nóvoa completou a ideia dizendo que os portuguese­s manifestar­am também o “desejo de continuida­de na relação com a Europa” ainda que com reforço da autonomia no seio das instituiçõ­es.

Num momento em que no interior do PS se contam espingarda­s nos apoios, com o anúncio da candidatur­a de Maria de Belém a 13 de outubro, Sampaio da Nóvoa recordou o exemplo dado pelos três presidente­s da República de esquerda ( Ramalho Eanes, Mário Soares e Jorge Sampaio), de quem recebeu “o estímulo e o apoio no lançamento” da sua candidatur­a.

Ao apontar que já está no terreno “há mais de cinco meses”, Nóvoa disse ir até ao fim. “Vou bater- me pela República em que acredito.”

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