Polícia alemã faz buscas na VW. Reparação pode demorar 2 anos
Emissões. Na quarta- feira, Matthias Müller disse que esperava ter os carros todos arranjados até final de 2016. Afinal pode demorar mais. Por cá, a Autoeuropa não dá dados
A fraude das emissões da VW é uma bola de neve que não para de aumentar. A polícia fez ontem buscas na sede e em várias delegações do construtor de automóveis alemão, no mesmo dia em que o presidente executivo da empresa nos EUA esclareceu que, afinal, a reparação dos carros pode demorar até dois anos, ou seja, o dobro do anunciado na véspera.
As buscas, que contaram com três procuradores e 50 investigadores criminais, começaram ainda na madrugada de quinta- feira e chegaram a envolver residências privadas de funcionários da VW. As autoridades procuravam documentos e suportes informáticos que estivessem relacionados com a fraude e que pudessem, de alguma forma, identificar os funcionários envolvidos.
A empresa, por seu lado, comunicou que entregou às autoridades documentos com informação “pormenorizada”, garantindo que irá prestar o apoio necessário para que a investigação seja bem sucedida e para que sejam apuradas responsabilidades. As autoridades irão analisar os documentos recolhidos durante várias semanas.
As buscas surgem três semanas depois de as autoridades norteamericanas terem denunciado o esquema de manipulação levado a cabo pela VW. O caso, que teve início nos EUA, alastrou e transformou- se rapidamente na maior crise dos 78 anos de existência da gigante automóvel. Contudo, apesar de a fraude ter sido denunciada nos EUA, mantém- se a dúvida sobre se a instalação do software que permite a manipulação das emissões foi feita na Europa. O jornal alemão Sueddeutsche Zeitung garantia ontem que sim.
Em resposta, a VW adiantou que ainda está a investigar a extensão desta manipulação. A empresa afirma que ainda não é claro se o software em causa era ilegal segundo as normas europeias.
Do outro lado do Atlântico, Michael Horn, CEO da empresa nos EUA, era ouvido pelo Comité de Energia e Comércio norte- americano. Depois das declarações iniciais, onde admitiu já ter conhecimento da manipulação de emissões ( ver fotolegenda), Michael Horn foi questionado pelos representantes dos vários estados nor- te- americanos. Logo no arranque das questões, um dos representantes quis saber se a Volkswagen vai voltar a comprar os carros que vendeu aos concessionários. “O plano é arranjar os carros”, garantiu Horn. Só que esta reparação vai demorar, no mínimo, um a dois anos, afirmou. O responsável referia- se apenas aos carros afetados nos EUA, mas admitiu que o tempo de reparação poderá ser semelhante na Europa.
Ainda na véspera, a administração da gigante automóvel, liderada por Matthias Müller, tinha dito que esperava ter as reparações concluídas até ao final do próximo ano, se as soluções técnicas apresentadas às autoridades alemãs forem aceites. “Em finais de 2016, todos os carros devem estar arranjados”, explicou Müller, em entrevista ao Frankfurter Allgemeine Zeitung. Já ontem, Michael Horn detalhou que “cada reparação vai demorar 5 a 10 horas”. Há 8 milhões de carros afetados na Europa. É só fazer as contas.
Já perto do final da primeira parte da audição no Congresso norteamericano, a representante de Illinois fez uma das perguntas mais óbvias, à qual ainda ninguém soube responder: “Porque é que a