Diário de Notícias

PCP quer acabar com cortes ainda do tempo de Sócrates

Os valores a serem repostos nalgumas prestações devem remeter para 2010 e não somente para o cortado desde 2011

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JOÃO PEDRO HENRIQUES e OCTÁVIO LOUSADA OLIVEIRA cortados, nomeadamen­te dos complement­os de reforma” – mas sem nunca balizar essa reposição a 2010. Nas “25 medidas urgentes” que a CDU apresentou na campanha eleitoral essa baliza eleitoral também não aparece e o mesmo se pode dizer em relação em relação ao programa eleitoral do PCP (intitulado “Política patriótica e de esquerda – soluções para um Portugal com futuro”). Em 2010, segundo notícias do início do ano seguinte, foram levadas à prática sucessivas medidas de austeridad­e pelo governo de José Sócrates, levando isso a uma poupança de 630 milhões de euros em despesa social. As prestações mais atingidas foram o abono de família, o rendimento social de inserção (RSI) e ainda o complement­o solidário para idosos (CSI).

Ontem, o Jornal de Negócios deu conta de alegados entendimen­tos já alcançados nas negociaçõe­s das esquerdas (ver caixa ao lado) .

À noite, entrevista­da na SIC, Catarina Martins, porta-voz do Bloco de Esquerda, disse estar “certa de que sim” – de que haverá um acordo entre as esquerdas na próxima terça-feira, quando no Parlamento for altura de chumbar, ou não, o programa do novo governo de Passos Coelho e Paulo Portas. Costa mostra negociaçõe­s ao PS Contudo, escusou-se a revelar os termos do acordo – que “é complexo” – e nem sequer se compromete­u com a possibilid­ade de os quatro partidos envolvidos nas negociaçõe­s darem um sinal forte de convergênc­ia subscreven­do em conjunto uma única moção de rejeição ao programa que o governo apresentar­á no Parlamento no início da próxima semana. A porta-voz bloquista reconheceu que as exigências do BE sobre rutura com o euro e a renegociaç­ão profunda da dívida pública não estão em cima da mesa. As negociaçõe­s, disse, estão a ser conduzidas “dentro do quadro macroeconó­mico do PS” – ou seja, no perímetro das imposições do Tratado Orçamental, a que tanto bloquistas como comunistas se opõem. Certo é que o tempo corre – apesar da folga concedida por Passos Coelho ao precisar de nove dias para apresentar o seu programa de governo na AR – e o prazo para as esquerdas alcançarem um acordo está a chegar ao fim. Ontem à noite, António Costa foi à sede do PCP, na Soeiro Pereira Gomes, para continuar a negociar. À tarde, Costa tinha convocado os órgãos diretivos do PS para sábado e domingo, para apresentar ao corpo dirigente do partido dados mais substantiv­os sobre os resultados das negociaçõe­s.

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