Diário de Notícias

Despiste negativo. Militares portuguese­s sem tuberculos­e

Único caso confirmado de tuberculos­e pulmonar é o da militar angolana que estava a bordo do navio hidrográfi­co D. Carlos I e que continua internada no Hospital Curry Cabral

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MANUEL CARLOS FREIRE Deram negativo os testes de despiste da tuberculos­e feitos aos militares da guarnição do navio hidrográfi­co D. Carlos I, informou a Marinha.

Num esclarecim­ento enviado ontem ao fim da tarde aos media, aquele ramo militar das Forças Armadas precisou que “o único caso até agora confirmado com tuberculos­e pulmonar bacilífera foi o de uma guarda-marinha” angolana, transferid­a segunda-feira do navio para o Hospital das Forças Armadas (HFAR).

Face ao diagnóstic­o, a militar angolana foi enviada terça-feira para o Hospital Curry Cabral, “onde se encontra em isolamento respiratór­io no serviço de infecciolo­gia, em estado estável”.

O navio hidrográfi­co está atracado na base naval do Alfeite, onde decorreram as ações de despiste e profilaxia junto das três dezenas de elementos da guarnição potencialm­ente afetados.

Segundo uma das fontes, a infeção da militar angolana estava na fase ativa, pelo que o risco de contágio – por via aérea – era elevado.

De acordo com o porta-voz da Marinha, Paulo Vicente, o navio da Marinha com os 32 militares a bordo encontra-se no Alfeite desde a noite de terça-feira, estando os elementos da guarnição a ser observados “por segurança e precaução” por uma equipa médica do HFAR que se deslocou ao local.

Os militares “fizeram o rastreio” ainda na terça-feira “e ficaram sob observação durante a noite. Trata-se apenas de uma suspeita, mas é preciso confirmar se estão infetados ou não”, frisou o responsáve­l da Marinha, citado pela Lusa.

Segundo o porta-voz da Marinha, outros dois militares foram levados terça-feira para o HFAR com sintomas idênticos, mas não chegaram a ficar internados porque os testes deram negativos quanto “à possibilid­ade de terem tuberculos­e ativa”, esclareceu o ramo naval das Forças Armadas.

Note-se que o navio hidrográfi­co iria participar no exercício da NATO Trident Juncture 2015, cuja Paulo Vicente, porta-voz da Marinha, diz que militares fizeram terça-feira o rastreio componente naval está a decorrer ao largo de Troia, pelo que foi substituíd­o por outro navio. Fundação do Pulmão aconselha A tuberculos­e pulmonar é uma das duas formas, juntamente com a laríngea, que são contagiosa­s devido à forma como se transmite: através da fala, do riso ou espirros, por exemplo.

Segundo as informaçõe­s disponibil­izadas pela Fundação Portuguesa do Pulmão, no seu site na internet, “o rastreio permite também diagnostic­ar os casos de tuberculos­e (infeção) latente e tratá-los”.

Esta infeção vai-se “instalando sem que o doente se aperceba ou valorize os sintomas” da doença, a qual “vai surgindo ao longo de dias, semanas ou mesmo meses”, explica aquela instituiçã­o, adiantando: “São queixas frequentes o cansaço, falta de apetite, emagrecime­nto, sudorese noturna e febrícula (37,5ºC) de predomínio ao fim do dia. As restantes queixas estão relacionad­as com o órgão que está envolvido. No caso da tuberculos­e pulmonar (a mais frequente) associa-se tosse que pode inicialmen­te ser seca ou com expetoraçã­o podendo ou não conter sangue.”

Quanto ao tratamento, a sua duração mínima é de “seis meses, embora a duração total varie em função do órgão envolvido, evolução ou gravidade da doença, podendo ser superior a um ano”. A Fundação adianta que “o tratamento correto e eficaz leva a uma cura em mais de 95% dos casos”, sendo “fundamenta­l o rigoroso cumpriment­o da medicação pelo tempo total estipulado”. Com LUSA

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