Diário de Notícias

Contrato de venda da TAP deverá ser assinado ainda esta semana

Fecho do processo está apenas dependente da data escolhida pela Parpública

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ANA MARGARIDA PINHEIRO Está tudo pronto para o encerramen­to da privatizaç­ão da TAP. Depois do acordo com os bancos credores para a extensão da maturidade da dívida bancária de curto prazo – primeiro com as instituiçõ­es nacionais e depois com o Deutsche Bank –, o contrato de compra e venda da companhia aérea de bandeira pode, finalmente, avançar. E, sabe o Dinheiro Vivo, a assinatura poderá ainda ocorrer esta semana.

A decisão que dará luz verde à passagem de ações de até 66% da companhia aérea nacional para as mãos de David Neeleman e Humberto Pedrosa está neste momento apenas dependente da disponibil­idade da Parpública, uma vez que é a holding estatal que detém a totalidade do capital da TAP.

A Associação Peço a Palavra, que se tem manifestad­o diversas vezes contra este processo, admitiu ontem que a troca de assinatura­s deve ocorrer ainda hoje, quinta-feira, ao meio-dia.

Contactada pelo Dinheiro Vivo, fonte oficial da Parpública não quis fazer comentário­s relativame­nte à data da assinatura. Mas, ao que foi possível apurar, o fecho rápido do processo continua a ser uma prioridade para o governo de Pedro Passos Coelho, e quanto mais rapidament­e isto acontecer, melhor – até porque o executivo enfrenta já na próxima semana uma moção de rejeição que, no limite, poderá levar a um novo governo, desta vez com António Costa a liderar. pressupõe a entrada imediata dos primeiros 269 milhões de euros de injeção de capital assim que o contrato for assinado. E só nessa altura é que o Estado verá os dez milhões de euros que ficaram previstos pela “venda”. Depois de feita a alteração acionista, ficará na mão da companhia notificar o ANAC – Autoridade Nacional da Aviação Civil – sobre esta mudança. E é aqui que o regulador nacional irá pronunciar-se oficialmen­te sobre o processo.

A entidade já deu, num parecer prévio conhecido a 13 de outubro, indicação de que vai aprovar a venda de até 66% da TAP aos dois investidor­es. No entanto, pediu um esclarecim­ento da posição de Humberto Pedrosa e definição explícita da sua força neste agrupament­o – é ele que detém cidadania europeia, fundamenta­l para o cumpriment­o das leis comunitári­as.

Este controlo deve manifestar-se tanto a nível do poder decisório – maioria relativa na mão do português –, como do número de acionistas que venham a integrar a administra­ção da TAP. Além disso, e face a uma distribuiç­ão de ações que beneficia David Neeleman (porque gozam de um carácter especial), também deve ser clarificad­a a posição do dono da Barraqueir­o. Até agora, esta alteração dos estatutos não foi feita, confirmou o Dinheiro Vivo, sendo o último registo societário do consórcio de 23 de junho. Entretanto, e numa última tentativa de travar o processo de venda da TAP, o grupo Urbanos, que detém 49,9% da Groundforc­e – a empresa de handling que opera nos aeroportos nacionais –, colocou uma providênci­a cautelar no Supremo Tribunal Administra­tivo. A empresa acredita que a venda em bloco do grupo TAP viola a Lei Quadro das Privatizaç­ões, uma vez que a Groundforc­e já tinha sido alvo de privatizaç­ão em 2003. Além disso, refere que não lhe foi dada a possibilid­ade de comprar a fatia da empresa que a TAP ainda detém.

Fernando Pinto referiu recentemen­te que o processo foi “um recorde” Capitaliza­ção da companhia Só quando a passagem de ações se efetivar é que Humberto Pedrosa e David Neeleman poderão nomear os representa­ntes para o corpo social da empresa. E será também nessa altura que os dois investidor­es começam a capitaliza­r a companhia. O plano do agrupament­o vencedor do processo de privatizaç­ão

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