BCP dá mais ganhos à Bolsa
A Pharol admite avançar com um processo contra Zeinal Bava, admite Luís Palha da Silva, presidente do conselho de administração da ex-PT SGPS.
Na sequência do default de 897 milhões da Rioforte, a Pharol avançou no início de outubro com um processo contra os antigos administradores da PT SGPS Henrique Granadeiro (ex-chairman e CEO), Luís Pacheco Melo (CFO) e Amílcar Morais Pires (ex-administrador do BES), pedindo uma indemnização por danos causados à empresa. Zeinal Bava, antigo CEO da empresa, ficou fora do rol de acusados. “Nem tudo tem de ter uma explicação quanto ao tempo e nem todos os processos que temos têm de ser replicados quanto a outros administradores”, disse Luís Palha da Silva, à saída da assembleia geral em que a Pharol obteve autorização para avançar com o programa de compra de ações (ver caixa). A decisão de processar Bava “não está tomada em conselho de administração. Embora não seja de excluir, não temos nenhum calendário para que isso possa acontecer”.
A Pharol teve de convocar uma assembleia geral para pedir autorização aos acionistas para avançar com processos contra ex-administradores. Obteve luz verde em julho, tendo seis meses para dar entrada com os processos na justiça. Faltam apenas três meses. Questionado se findo o prazo iria convocar nova assembleia, Palha da Silva responde: “É assim que se costuma processar.”
O conselho de administração já tinha decidido processar a Deloitte, ex-auditora da PT SGPS. O anúncio foi em maio, mas ainda não deu entrada em tribunal. Palha da Silva não quis adiantar mais detalhes “sobre processos que obviamente têm sensibilidade”.
Luís Palha da Silva, presidente do Conselho de Administração
da Pharol A valorização de 4,46% do BCP deu ontem novo impulso à Bolsa – o PSI 20, o principal barómetro do mercado de ações lisboeta, subiu 0,43%, a sexta sessão consecutiva de ganhos. O banco liderada por Nuno Amado está a responder à divulgação, na segunda-feira, de lucros de 264,5 milhões de euros nos primeiros nove meses do ano, depois de um prejuízo de 109,5 milhões no mesmo período de 2014. A curva altista da Bolsa foi acentuada pela Altri (+2,74%), que chegou a negociar a 4,85 euros, o valor mais alto de sempre. A produtora de pasta de papel revelou ainda que vai pagar um dividendo extraordinário de 25 cêntimos por ação, tendo em conta a evolução favorável dos resultados este ano e a existência de liquidez. Os investidores estão agora divididos entre o otimismo com a garantia de Mario Draghi, presidente do BCE, de que, se for necessário, em dezembro poderão ser anunciadas novas medidas de estímulo à economia; e a preocupação com o impacto de um possível agravamento das taxas de juro nos EUA, deixada em aberto por Janet Yellen, a presidente da Fed.