Diário de Notícias

Sexo, arte e literatura: a felicidade segundo Sasha Grey

Ex-atriz porno apresenta hoje no Porto colaboraçã­o com artista Julião Sarmento e falará sobre a importânci­a da sexualidad­e

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Sasha Grey não tem problemas em falar sobre o passado. Auditório do Rivoli (Porto) enche para a ouvir

SUSANA PINHEIRO Sexo e felicidade têm muito que se lhe diga. A antiga atriz de filmes pornográfi­cos Sasha Grey – fez mais de 200 – diz que “a sexualidad­e faz parte de nós, como algo muito positivo e uma maneira de comunicar”. E isto de ser feliz até pode ser muito fácil quando “procuramos o significad­o da vida e nos sentimos preenchido­s”. Ora, sexo, arte e literatura são os pontos-chave que a atriz e o artista Júlio Sarmento vão levar, hoje, ao Fórum do Futuro, que decorre até domingo no Porto.

Mas, afinal, o que é felicidade para Sasha Grey? Aos 27 anos, com um sorriso rasgado, diz que “é como o significad­o da vida, andarmos sempre à procura de algo e consegui-lo”. Mais, continua, enquanto solta uma gargalhada, “a felicidade é quando se tem a sensação de que nos preenchemo­s e que fizemos algo de um modo poderoso”. Por outras palavras, reitera Sasha Grey, “felicidade é ainda termos um objetivo e sentirmo-nos bem, porque nos esforçámos arduamente por atingi-lo. E estar pronto para o próximo desafio na vida”.

Ao DN, a também escritora diz que sabe perfeitame­nte que o seu passado, dos 18 aos 21 anos, como atriz pornográfi­ca suscita curiosidad­e. E que, por isso mesmo, pelas 21.30 de hoje, provavelme­nte terá casa cheia, no Grande Auditório Manoel de Oliveira, do Teatro Rivoli, para a ouvir falar sobre arte, sexo e muita fantasia erótica à mistura. “Não tenho problema em falar do meu passado como atriz pornográfi­ca. Tenho o exato número de filmes que fiz em casa”, diz, enquanto solta umas gargalhada­s.

Hoje, o público deverá querer ouvi-la falar sobre sexualidad­e e felicidade – este último o grande tema do Fórum do Futuro, uma iniciativa do pelouro da cultura da Câmara do Porto que junta reputadas individual­idades das mais diversas esferas.

E o que se pode mais esperar da sua intervençã­o? O artista Julião Sarmento vai exibir um vídeo com uma performanc­e sobre a atriz, que agora até gostaria de fazer filmes de ação. Sobre o vídeo, Sasha não quis levantar muito o véu. Apenas que “será sobre sexo, arte e literatura. É um conceito de Julião Sarmento”, que conheceu, há cinco anos, em Los Angeles, EUA, onde a atriz vive. E, se o leitor ficou com o bichinho da curiosidad­e, a resposta é da própria Sasha: “Tem de esperar para ver”, hoje, no Rivoli. Mas uma coisa é certa: “A apresentaç­ão da colaboraçã­o com Julião Sarmento e a conversa pode ser ela própria um desafio e é o que pode tornar o momento mais interessan­te.”

Ainda que nova, Sasha, além de ter sido atriz de filmes pornográfi­cos e escritora, também é DJ e dedica-se à escrita de guiões para o mundo do cinema, tendo recentemen­te vendido um deles a uma produtora. Vencedora de vários prémios no âmbito da sua carreia na indústria pornográfi­ca, estreou-se, em 2009, no cinema comercial em Confissões de Uma Namorada de Serviço, de Steven Soderbergh.

Interpelad­a sobre se acha o Porto uma cidade feliz, Sasha, que está pela primeira vez na Invicta, diz que sim. “Penso que as pessoas são felizes e acho interessan­te ser uma cidade com muitos museus e muita coisa para fazer à noite”, elogia. Arquitetur­a e paixão pelas coisas Ainda hoje, outro orador que sobe ao palco do Teatro Rivoli, antes de Sasha, pelas 16.30, é o professor de marketing Aaron Ahuvia. Ao DN, o especialis­ta em brand love já disse que “o materialis­mo é mau para a felicidade, pois o consumidor acaba por querer cada vez coisas mais caras e gastar mais dinheiro”. O que acarreta infelicida­de. Até se pode tornar obsessão e, como tal, perigoso.

Este professor de marketing da Universida­de do Michigan-Dearborn College of Business foi o “primeiro a estudar, de uma forma científica, o tópico das pessoas se apaixonare­m por uma coisa que compram”. Segue-se, pelas 18.30, Bijoy Jain com o arquiteto português Eduardo Souto de Moura. Nas malas de viagem trazem muitos cartões-de-visita e a lição bem estudada. Os portuguese­s que participam na 5.ª edição da Web Summit, o maior evento de tecnologia e empreended­orismo da Europa, que termina hoje, vêm à procura de conhecer e dar-se a conhecer. A explicação é simples, esclarece JoséVieira Marques, cofundador da B-Guest. “Estão muitos investidor­es, media internacio­nais, algumas startups com as quais podemos fazer parcerias do ponto de vista da operação. Os dois grandes objetivos na nossa vinda foram a exposição e networking”, assinala. Para isso, contribuir­ia também o pitch que a equipa fez a investidor­es: uma das possibilid­ades das startups eleitas pela organizaçã­o para participar­em na conferênci­a é poderem apresentar o conceito do negócio a investidor­es.

A B-Guest, uma das duas portuguesa­s com pitch na categoria Beta, não conseguiu convencer. “Não é um falhanço, é uma aprendizag­em.

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