Diário de Notícias

FC Porto vence em Israel e está a um ponto de garantir os oitavos-de-final

Terceira vitória em quatro jogos e desta vez com boa exibição. Falta um ponto frente ao Dínamo de Kiev no Dragão

- MANUEL QUEIROZ

O FC Porto saiu líder de Haifa, onde ganhou ontem à noite ao Maccabi Telaviv por 3-1, com autoridade, num campo onde era proibido perder pontos. Chegou a 3-0 com golos de Tello, André André e Layun, sofreu um penálti mal assinalado pelo árbitro e que Zahavi transformo­u. Falta um empate com o Dínamo de Kiev no Dragão para selar a qualificaç­ão para os oitavos desta Champions.

Os dragões fizeram o mais difícil ainda antes dos 20’, com o golo de Tello, sem contar que Aboubakar desperdiço­u outros – sobretudo aos 36’, quando acertou no poste exterior, sozinho, a passe de Tello, daqueles de apanhados. Incrível. Não começou bem a equipa de Lopetegui, mas foi-se superioriz­ando naturalmen­te ao seu adversário e ao intervalo estava já claramente melhor – 6-2 em cantos, 7-3 em remates, 4-6 em faltas, 56% de posse de bola. Na segunda parte iria ser melhor e Aboubakar ainda acertou outra bola no poste – não foi a noite do camaronês, apesar de não ter feito um mau jogo porque esteve sempre atento e metido na partida.

Um onze portista com a novidade Evandro, que tem jogado pouco (só tinha sido titular na Taça, no campeonato jogara 29 minutos com o V. Guimarães na primeira jornada) mas Lopetegui é mestre em surpresas – e Evandro nem jogou mal e merece mais minutos. Imbula ficou no banco, só entrou aos 88’, porque Rúben Neves voltou a ser capitão. A equipa utilizou um 4-2-3-1 que tem sido habitual, mas na Europa e quase sempre fora de casa tem a nuance de que um dos alas é André André, na esteira do que fazia na época passada com Oliver na prova europeia. Foi de André André o passe a isolar Tello no golo, foram dele outras coisas importante­s na defesa e no ataque – como o segundo golo, em que apareceu de trás de Tibi e correspond­eu com ratice ao centro de Maxi, depois de uma jogada bem desenvolvi­da na direita com Danilo. André André tornou-se um jogador de grande utilidade – não tem qualidades extraordin­árias, a não ser estar focado no jogo, ser inteligent­e e eleger a melhor solução, ter já a experiênci­a de saber estar no campo. O barato nem sempre sai caro, e o segundo golo teve mão de dois jogadores que dão atitude à equipa – o outro é Maxi, claro.

O Maccabi, com uma equipa um pouco mais ofensiva do que é habitual, até começou bem, teve oportunida­des para marcar por Ben Haim II (Casillas teve de fazer uma boa defesa), mas desta vez o FC Porto procurou muitas vezes a pressão alta e nessa altura criou muitas dificuldad­es. Ou então foram os muitos cantos e livres perto da área que levaram a equipa para um jogo menos a passar a bola lá atrás, como tantas vezes é triste costume, mas passando muito tempo no meio-campo adversário. Quase nunca o fez ontem, o que se saúda.

Ao intervalo, o Maccabi fez duas substituiç­ões, tinha que ir atrás do prejuízo, pelo menos marcar o primeiro golo na Champions, o que viria a conseguir e foi devidament­e saudado pelo público que encheu o estádio Sammy Offer. O penálti foi inventado pelo árbitro, mas a equipa mereceu o golo de honra e jogou aberto, o que ajudou eventualme­nte a tornar mais fácil a tarefa do FC Porto. O campeão israelita tem uma equipa limitada e ainda é capaz de fazer estragos nos dois jogos que lhe faltam, mas ataca melhor do que defende. E não defender bem, a este nível, é sempre a morte do artista.

Lopetegui pode assim continuar com um grande registo na Liga dos Campeões (e o próximo jogo é depois da Taça de Portugal – já se imagina que equipa vai jogar com o Angrense antes dessa final com o Kiev). O FC Porto joga bem contra equipas que jogam no campo todo, tem sempre dificuldad­es com os que jogam só no seu meio-campo – e isto explica, em parte, os resultados portistas na prova europeia, por oposição ao que, por vezes, lhe acontece nas provas internas. Ontem o dragão soube comandar o jogo a partir das zonas ofensivas e não a partir das zonas defensivas. Foram 19 tiros, dois dos quais ao poste, 10-4 em cantos. Uma noite de artilharia pesada em Haifa…

FC Porto fez 19 remates à baliza, marcou três golos e atirou duas bolas ao poste

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