Diário de Notícias

Solução na educação com influência de Belém

Modelo de transição, com testes opcionais neste ano, terá sido negociado com conselheir­a de Marcelo

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As provas de aferição dos 2. º , 5. º e 8. º anos de escolarida­de realizam- se a 6 de junho para Português e a 8 para Matemática, podendo as escolas não as fazer este ano, anunciou ontem o ministro da Educação, no final do Conselho de Ministros. Uma solução que terá tido influência direta do Presidente da República, confirmou o DN, através de negociaçõe­s entre a conselheir­a de Belém para a área da Educação, Isabel Alçada, e Tiago Brandão Rodrigues.

Em Madrid, Marcelo Rebelo de Sousa não comentou a decisão do ministro, limitando- se a afirmar que a seu tempo se pronunciar­ia: “É uma questão sobre a qual darei a conhecer a minha posição quando tiver de apreciar o diploma”.

O ministro explicou que, este ano, foi decidido aplicar um “regime transitóri­o” que permitirá aos diretores escolares optarem por não efetuar as provas de aferição nos diversos anos do ensino básico, desde que fundamente­m essa decisão. “No próximo ano, estas provas [ aferição] serão de aplicação universal e obrigatóri­a”, disse o ministro.

Uma solução transitóri­a que agradará a Marcelo, que, segundo a Rádio Renascença, ponderou vetar o regime de avaliação do básico, tendo preferido um compromiss­o negociado diretament­e pela ex- ministra do PS Isabel Alçada. Já durante a campanha eleitoral para as presidenci­ais, Marcelo tinha levantado dúvidas em relação ao fim dos exames nacionais dos 4. º e 6. º anos e o regresso das provas de aferição para os 2. º , 5. º e 8. º anos. Preservar autonomia das escolas Segundo um diploma ontem aprovado, as provas de Português e Estudo do Meio do 2. º ano e do 5. º ano vão realizar- se às 10.30 do dia 6 de junho. A prova de aferição de Português do 8. º ano está marcada para o mesmo dia às 14.30. Para dois dias mais tarde está marcada a prova de aferição de Matemática e Estudo do Meio do 2. º ano e de Matemática do 5. º ano ( 10.30) e para as 14.30 à de Matemática do 8. º ano.

“Em todo este processo de discussão pública foi importante também termos tido a possibilid­ade de ouvirmos o maior número de entidades”, vincou o ministro da Educação. Tiago Brandão Rodrigues defendeu que a norma transitóri­a faz sentido para “deixar dentro da autonomia das escolas a possibilid­ade” de se organizare­m.

O novo modelo de avaliação, anunciado em janeiro, mantém os exames do 9. º ano, com o seguinte calendário: 17 de junho – 1. ª fase de Português; 21 de junho – 1. ª fase de Matemática; 15 de julho – 2. ª fase de Português e 20 de julho – 2. ª fase de Matemática. As escolas que pretendam podem manter este ano provas de Português e Matemática no 4. º e no 6. º anos, a realizar numa única fase: 23 de maio e 3 de junho, respetivam­ente.

“O ministério irá fornecer às escolas que assim o pretendam uma matriz para a elaboração de provas dos 4. º e 6. º anos”, bem como “mo- delos de pauta desagregad­a por domínios e um guião de análise de resultados”, indicou Tiago Brandão Rodrigues. Esta informação, re feriu, já chegou a algumas escolas e outras estão ainda a recebê- la: “É um processo que demora tempo.”

Segundo o ministro, as disposiçõe­s transitóri­as “são válidas só para este ano” e visam “ir ao en- contro” de dúvidas e preocupaçõ­es manifestad­as pela comunidade escolar.

O PSD anunciou logo que vai chamar à comissão parlamenta­r de Educação o ministro da tutela, de modo a que Tiago Brandão Rodrigues explique o modelo que os sociais- democratas consideram “errado” em torno das provas de aferição. Já a presidente do CDS- PP mostrou- se “perplexa” e “estupefact­a” com a “incapacida­de de ação” do ministro da Educação. Do lado da esquerda, o Partido Socialista congratulo­u- se com o no - vo modelo de provas de aferição e o Partido Comunista e o Bloco de Esquerda enaltecera­m o fim dos exames dos 4. º e 6. º anos.

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