Em nome do futuro
Fácil seria, a qualquer adepto benfiquista, defender a candidatura e a reeleição de Luís Filipe Vieira em nome dos títulos. No futebol, no hóquei em patins, no basquetebol, no voleibol, no andebol, no atletismo, no futsal – basta escolher. Não vou (só) por aí: mesmo sem a centena, para mais, de conquistas que se acumulam sob a sua presidência, sobreleva a criação de condições, de estruturas e de equipas, técnicas e praticantes, que a gestão de Vieira proporcionou. Na época passada, nota mais alta para o futebol, para o hóquei e para o atletismo, outra vez a garantir campeões. Mas no basquetebol, no voleibol, no andebol e no futsal, o Benfica esteve em quatro finais e não perdeu duas vezes para um mesmo emblema. Para melhorar? Claro, mas também para ter orgulho. Óbvio, mesmo com reconhecido aplauso, seria referir aqui uma titânica inversão de tendência, com recuperação da credibilidade e com uma ciclópica modernização (Estádio, Centro do Seixal, Museu e por aí adiante), tarefa em que Vieira nunca quis estar sozinho, antes soube rodear-se dos homens certos para cada função. Em paralelo com estes esforços, continua avançar-se no saneamento financeiro, mesmo em contraciclo económico e com alteração das condições (sistema bancário) a meio da “prova”. Luís Filipe Vieira trouxe a palavra “modernidade” para um clube que não precisou de abdicar de valores (veja-se a Fundação Benfica) e percebeu não haver incompatibilidade entre os símbolos sabedores (Rui Costa, Nuno Gomes) e os técnicos criativos e entusiastas (cito, como exemplo, Domingos Soares de Oliveira). Vieira cresceu, na atitude e no discurso, na medida em que fez crescer o Benfica. Mas não se iludam: a sua reeleição não é um mero ato de gratidão pela fase de ouro que vivemos nem pela reinvenção do orgulho – trata-se, isso sim, de uma mera questão de bom senso, estratégica e inteligente. Porque, acredito sem reservas, o melhor está para vir.