77% dos alemães receavam um ataque terrorista muito em breve
INSEGURANÇA Em entrevista publicada antes do ataque em Munique, ministro da Justiça alemão disse não haver razões para pânico
Mais de três quartos dos alemães receavam que o seu país fosse alvo de um grave atentado terrorista muito em breve, revelou ontem um barómetro realizado pelo instituto Forschungsgruppe Wahlen para a cadeia de televisão ZDF. A percentagem exata é de 77% (há duas semanas era de 69%).
O aumento de alemães receosos terá que ver com o ataque na noite do feriado do 14 de julho no Passeio dos Ingleses, em Nice, França. Na altura do fogo-de-artifício um tunisino de 31 anos atropelou mortalmente 84 pessoas com um camião frigorífico que tinha alugado. Descrito pela família e por médicos como um doente psiquiátrico, Mohamed Lahouaiej Bouhlel foi descrito como “soldado do Estado Islâmico” por uma fonte do grupo terrorista que reivindicou o ataque.
O barómetro realizado para a ZDF foi divulgado ontem, quatro dias depois de um jovem afegão de 17 anos, requerente de asilo, ter atacado 11 passageiros de um comboio regional em Wurtzburgo, no estado da Baviera. Não houve vítimas mortais e o atacante acabou abatido pela polícia. Na terça-feira, o Estado Islâmico divulgou um vídeo em que alegadamente surge o autor do ataque ao comboio. “Vou degolar-vos com esta faca e cortar-vos o pescoço com machados”, declara o homem no vídeo, cuja autenticidade não conseguiu ser comprovada de imediato.
O ministro do Interior alemão, Thomas de Maizière, disse que o jovem era “um lobo solitário” que foi incentivado pela propaganda do Estado Islâmico a agir. O ministro da Justiça, Heiko Maas, por seu lado, declarou ontem ao jornal Bild que “não há razões para pânico, embora seja claro que a Alemanha permanece um alvo”.
Segundo o barómetro da ZDF 59% dos alemães acreditavam que o governo e as forças de segurança estão a fazer o suficiente para proteger a população de um atentado, quase o dobro dos que pensavam que deveriam ser tomadas mais medidas. A sondagem foi realizada junto de 1271 pessoas durante os três dias que se seguiram ao ataque de segunda-feira naquele comboio regional emWurtzburgo. P.V.