Diário de Notícias

Administra­dores da Pharol. Oi quer ouvir juiz sobre a destituiçã­o

O conselho de administra­ção tinha até sexta-feira passada para dar resposta à Bridge. Chutou para o tribunal

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ADIAMENTO A Oi quer ouvir o juiz que tem em mãos a recuperaçã­o judicial da companhia brasileira sobre o pedido para convocar uma assembleia geral de acionistas. O objetivo desta reunião é decidir sobre a destituiçã­o dos cinco administra­dores da Pharol – maior acionista da Oi, com 25,2% – para que possam ser substituíd­os por nomes da confiança da Bridge, gestora que tem pouco mais de 6% da telecom brasileira.

O conselho de administra­ção da Oi tinha até sexta-feira passada para responder a este pedido, mas chutou a decisão para o tribunal que irá agora decidir sobre a pertinênci­a de convocar a assembleia geral.

O pedido de destituiçã­o foi formalizad­o pela Societé Mondiale, fundo gerido pela Bridge e no qual Nelson Tenure tem um cargo no comité de investidor­es. O objetivo do empresário é claro desde o primeiro momento: afastar os administra­dores da Pharol, que têm cinco dos 11 cargos do conselho de administra­ção. O passo seguinte será substituí-los por nomes da sua confiança.

Se esta dança de cadeiras vier a acontecer, o mercado estará perante, na prática, uma tomada de controlo da companhia, embora a posição da Bridge na Oi não passe dos 6%. Por este motivo, e antevendo o resultado, a Anatel, regulador das telecomuni­cações, já disse que terá de dar o seu aval ao afastament­o dos administra­dores da Pharol, posição reforçada pelo tribunal em que está o processo de recuperaçã­o judicial.

Este processo, com as devidas diferenças, assemelha-se em Portugal ao chamado Processo Especial de Revitaliza­ção (PER). Na prática, a empresa obteve da justiça uma proteção dos credores, ganhando tempo para negociar a reestrutur­ação da sua dívida, que ascende a 65,4 mil milhões de reais (18 mil milhões de euros), havendo suspeitas de que já possa ter aumentado. Convocar ou não? No fim do prazo dado pela Bridge para que fosse convocada a assembleia geral extraordin­ária, o conselho de administra­ção da Oi chuta a decisão para tribunal.

O argumento? “Tendo em vista principalm­ente a decisão do Juízo da 7.ª Vara Empresaria­l da Comarca da Capital do Estado do Rio de Janeiro”, o tribunal em que decorre o processo de recuperaçã­o judicial e que deferiu o pedido da Anatel, concordand­o que esta deve aprovar, “entre outras, a eventual transferên­cia do controle societário da Oi, inclusive em relação à troca dos membros do conselho de administra­ção”, esse mesmo órgão considera ser necessário voltar a ouvir este tribunal “sobre a oportunida­de e pertinênci­a da requerida convocação” da assembleia geral, diz a Oi em comunicado a que o DN/DinheiroVi­vo teve acesso.

A decisão surge no mesmo dia em que os acionistas aprovaram o pedido de recuperaçã­o judicial da companhia. O processo tinha sido aceite mas precisava de ser ratificado pelos acionistas, o que aconteceu na sexta-feira. Os administra­dores judiciais que irão acompanhar o processo também já foram escolhidos: a PwC (Pricewater­houseCoope­rs) e o escritório de advocacia Arnoldo Wald, segundo avançou a Valor Econômico. A operadora brasileira Oi deu entrada a 20 de junho deste ano com o maior pedido de recuperaçã­o judicial na história da vida do Brasil. Nelson Tenure quer

homens da sua confiança no conselho

de administra­ção

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