Diário de Notícias

FC Porto deu a volta mas defende muito mal

Equipa de Nuno ainda não tem uma cara, tem coisas interessan­tes e outras inexplicáv­eis, como por exemplo não cometer faltas

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Brahimi foi titular e mais uma vez testado pelo treinador Nuno Espírito Santo a jogar no meio

MANUEL QUEIROZ O FC Porto conseguiu ontem dar a volta ao resultado e vencer o Vitesse por 2-1, com golos de Corona e André Silva nos últimos 11 minutos do jogo, já depois de Nuno Espírito Santo ter trocado meia equipa. O Torneio Fox Sports ficou manco, porque o outro jogo (PSV-West Bromwich) foi anulado por medo de distúrbios entre adeptos. O Vitesse, 9.º classifica­do da Holanda, perdera na primeira jornada com o WBA também por 2-1.

Um jogo em que se repetiram muitas coisas do anterior, com o PSV: muita posse de bola do FC Porto (59%), mas de cada vez que o Vitesse atacou fê-lo com perigo: no primeiro remate marcou (Baker de fora da área, a bola ainda a bater no poste), o mesmo Baker pouco depois atirou ao poste (André André muito mal...) e na segunda parte um cruzamento da esquerda em que o chinês Zhang ganhou de cabeça e levou a bola à barra enquanto Casillas mostrava mais uma vez os seus limites nos cruzamento­s. O Vitesse teve quatro remates e podia ter marcado três golos, como o PSV. O FC Porto fez 18, teve 12 cantos (contra 4). E uma curiosidad­e mais: a equipa de Nuno candidata-se a menos faltosa do mundo, com uma falta em cada parte (e um amarelo, porque numa falta sobre Layún este rasteirou o adversário). Coisas estranhas.

Nuno começou com a equipa que tinha acabado o jogo com o PSV, grosso modo – Indi e Quintero voltaram a não jogar – e voltou a começar bem, com duas oportunida­des. Mas os defesas são fracos – Chidozie pode ser titular, mas da equipa B, e Reyes é o costume. Mas André André parece que anda para trás: claro que os jogadores estão sob cargas fortes, mas quando não se tem pernas é preciso coração e no lance do primeiro tiro ao poste ficou muito mal. Depois Nuno anda a experiment­ar o que todos já experiment­aram – Brahimi pelo meio. O argelino não consegue. Cada vez que muda o treinador, lá vai Brahimi para o meio...

Há erros de pré-época, outros são estruturai­s. Pode melhorar Aboubakar, ontem estreou-se Bueno, depois de muito tempo lesionado, e deu alguma luz aos movimentos da equipa, como Corona e Otavio. Corona empatou após um canto em que o guarda-redes saiu mal, Chidozie voltou a cruzar e o mexicano marcou de primeira, de pé esquerdo, com a bola a tabelar num defesa. Logo a seguir Maxi ganhou um castigo máximo aVan der Werff, que jogou com a mão (ele que já na primeira parte tinha feito falta idêntica mas o árbitro deixou jogar). André Silva marcou com competênci­a e fez o 2-1.

Ganhou com algum mérito o FC Porto, que tem tido o azar, é justo dizê-lo, de os adversário­s marcarem ao primeiro remate e depois de a equipa ter falhado boas oportunida­des (Chidozie ontem). Mas há razões para esse azar, porque vem também das fragilidad­es defensivas. E quando não se faz faltas a este nível isso quer dizer que os jogadores ou não são bons ou não estão atentos. Ou as duas coisas. É que os profission­ais sabem que há alturas em que se tem mesmo de parar a jogada (o Vitesse fez 13 faltas).

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