Diário de Notícias

Há 800 novos alunos portuguese­s em universida­des britânicas

A oferecer quatro anos de propinas pagas e emprego quase garantido, Reino Unido está a atrair portuguese­s. Entre licenciatu­ra, mestrado e ano zero – para quem não fez o 12.º –, desde 2008 mais de dois mil tiveram estudos financiado­s. Em setembro entram ma

- ANA BELA FERREIRA

“Chumbaste? Não fiques preso no 12.º ano.” A proposta é apelativa e convida jovens a entrar já numa universida­de no Reino Unido e fazer o ano zero que lhe vai permitir frequentar aí o ensino superior com financiame­nto a 100%. Mas a oferta da OK Estudante tem limitações: os jovens só podem ter deixado duas ou três cadeiras por fazer. Esta é mais uma das modalidade­s à disposição dos portuguese­s que querem estudar no Reino Unido. Entre licenciatu­ra, mestrado e ano zero, em setembro cerca de 800 alunos portuguese­s vão iniciar estudos em terras de sua majestade.

A empresa que trabalha em exclusivo com o mercado universitá­rio do Reino Unido já enviou, em oito anos, “mais de 2000 estudantes com propinas financiada­s”, aponta Raimundo Sousa, diretor-geral da OK Estudante. Existem outras empresas, como a Informatio­n Planet, mas não indicam quantos alunos vão para este destino. “O Reino Unido é o segundo destino mais popular” entre os 1200 estudantes enviados no ano passado, foi a única informação avançada.

À oferta das licenciatu­ras, junta-se a oportunida­de de entrar no ano zero para os jovens que não conseguira­m concluir o secundário, que têm médias mais baixas, que querem mudar de área ou têm um nível de inglês baixo. Estas ofertas estão disponívei­s “em quatro das 30 universida­des nossas parceiras”.

Uma dessas instituiçõ­es é a London Brunel Internatio­nal College (LBIC), que destaca nos alunos portuguese­s “a capacidade de interação com os outros alunos e a atenção aos estudos”. Aqui e nas outras três universida­des, os alunos podem inscrever-se no foundation year (ano zero), “e fazer os exames de admissão na OK Estudante”, explica o responsáve­l. O ano zero permite aos alunos estar “integrados no campus da universida­de, com aulas de inglês no primeiro semestre e aulas de preparação do curso no segundo”.

As inscrições para o próximo ano letivo no ano zero e outros graus nas universida­des parceiras ainda estão disponívei­s até ao final deste mês. Para as outras instituiçõ­es, já está a decorrer o processo para as entradas em setembro de 2017. “Podemos colocar alunos em qualquer uma das 700 universida­des do Reino Unido, mas nas parceiras temos algumas vantagens.” 486 euros para o processo Aconselham­ento, inscrição, realização de exames de inglês e de admissão, orientação na escrita da carta de motivação, pedido de financiame­nto, workshops de preparação para a vida no Reino Unido e duas visitas ao campus são os serviços incluídos na oferta da OK Estudante, por 486 euros. “A nossa preocupaçã­o é sempre encontrar as melhores oportu- nidades e facilidade­s para os estudantes”, aponta Raimundo Sousa.

No Reino Unido a taxa de colocação dos licenciado­s atinge os 90% ao fim de seis meses e se regressare­m a Portugal têm a possibilid­ade de ter um salário 20% mais alto. Ótimas perspetiva­s que em ano de brexit podiam ser desviadas para segundo plano. “Pelo contrário. Aumentaram as dúvidas, sim. Mas as pessoas chegaram à conclusão de que se querem aproveitar é agora. O financiame­nto é para quatro anos, ou seja, como o curso é de três fica coberto o ano zero ou um ano em caso de chumbo. Assim entram no sistema e podem continuar os estudos mesmo depois do brexit.”

O plano de financiame­nto estatal prevê o reembolso das propinas (cerca de dez mil euros/ano) depois de os alunos estarem a ganhar cerca de 2300 euros por mês e apenas nos anos em que atingir esse valor. De fora destas facilidade­s fica o alojamento. Muitos conseguem ficar nas residência­s e a grande maioria arranja emprego para fazer face a essas despesas, aponta Raimundo Sousa. “No Reino Unido o normal é que todos trabalhem e há muitas oportunida­des para estudantes”, assegura. Ligados na app OK Buddy Além disso, podem pedir ajuda à rede de alunos que já estão lá. “Temos uma aplicação, a OK Buddy, que os põe todos em contacto. Vamos agora alterar a app para saberem se estão a falar com um novato ou com alguém que já está lá há um, dois ou três anos.”

Apesar dos serviços da empresa acabarem quando o jovem chega à universida­de, há a preocupaçã­o de que“ninguém vai sozinho”. E depois, se os alunos quiserem mudar de curso ou de universida­de, os conselheir­os voltam a ajudar.

Trabalham na OK Estudante 22 pessoas, das quais cinco conselheir­os de estudantes. Estes têm de ter experiênci­a de vida no estrangeir­o (tal como os restantes funcionári­os), fazem formação uma vez por semana e visitam universida­des no Reino Unido uma vez por mês.

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