UE financia modernização das aeronaves C-130 e Falcon
Fundos europeus vão pagar metade dos programas que permitirão à Força Aérea regressar sem restrições aos céus europeus
Portugal vai pagar quase só metade dos 29 milhões de euros previstos para modernizar as aeronaves Hércules C-130, pois Bruxelas aceitou disponibilizar os fundos comunitários requeridos pela Força Aérea, soube ontem o DN.
Segundo diferentes fontes, a Comissão Europeia em meados de julho aceitou a argumentação portuguesa de estar em causa a adaptação das aeronaves às exigências impostas pelas regras civis do céu único europeu e não a aquisição de equipamentos estritamente militares –e o contrato vai ser assinado em setembro.
O próximo passo envolve a informação detalhada, a dar pela Força Aérea, sobre esses programas de modernização, disse uma fonte.
No caso dos C-130, os fundos de coesão vão ascender a cerca de 14 milhões de euros. A fatura da comparticipação comunitária será contudo um pouco maior, porque também vai abranger os custos da modernização dos Falcon 50 e das aeronaves de instrução Epsilon, adiantaram duas das fontes.
A modernização dos C-130, há anos atrasada devido à incerteza sobre o momento da compra dos aparelhos que os substituirão (KC-390?), é considerada imprescindível para o cumprimento dos requisitos legais impostos para poderem atravessar os céus da Europa sem restrições ao nível de corredores aéreos, altitudes e velocidades. Isso obriga a atualizar os equipamentos de voo (anticolisão, telecomunicações, aviónicos) e, em princípio, a digitalizar o cockpit, admitiram as fontes.
Esta atualização dos C-130 vai ser feita através do programa de vendas militares dos EUA, país de origem dos aparelhos, e as verbas estão inscritas na Lei de Programação Militar (LPM). Os anos de 2018 e 2019 vão ser aqueles em que a fatura será mais elevada, com 6,6 milhões e 6,3 milhões de euros, respetivamente.
Por resolver está o problema criado pela recente destruição, na base aérea do Montijo, de um dos cinco C-130 que iriam ser modernizados. As soluções são várias: a Força Aérea concluir que pode cumprir as suas missões apenas com quatro dessas aeronaves, optar pela recuperação do Hércules que está parado e tem servido para dar peças às outras aeronaves ou, por exemplo, adquirir outro em segunda mão. MANUEL CARLOS FREIRE