Diário de Notícias

Como ter medalhas em Tóquio 2020?

Um bronze e dez diplomas no Rio. Chefe da missão apela ao governo para mais condições.

- REPORTAGEM DE PEDRO SEQUEIRA NO RIO DE JANEIRO DESPORTO

Quando Telma Monteiro garantiu a primeira medalha para Portugal, logo ao terceiro dia de competição no Rio de Janeiro, a nação encheu-se de orgulho e de esperança numa prestação histórica para as cores lusitanas. Muitos foram os que tentaram seguir o exemplo da judoca, alguns estiveram até perto de a imitar, mas nenhum representa­nte nacional acabou por conseguir igualar esse feito.

No entanto, tal como o heróico D’Artagnan, no romance histórico que celebrizou o escritor Alexandre Dumas, Telma também se fez acompanhar no Brasil por um grupo de valentes mosqueteir­os. Portugal culminou a sua particpaçã­o em território carioca com dez diplomas olímpicos, que premeiam o esforço dos atletas que terminam entre o quarto e o oitavo lugares.

Mesmo não gozando da mesma projeção da medalhada portuguesa, por não terem conseguido subir ao pódio, houve vários elementos da comitiva que se destacaram com prestações meritórias. Foi, de resto, a segunda melhor participaç­ão portuguesa de sempre nos Jogos Olímpicos, apenas superada pelo registo obtido em Atenas, 2004. Tão perto do sonho Para quem treina aficadamen­te durante quatro anos com um objetivo em mente, pode ser doloroso ficar tão perto do sonho de conquistar uma medalha. No entanto, foi um pouco essa a tónica que se viveu na comitiva portuguesa durante boa parte da competição, após o estrondoso sucesso de Telma Monteiro.

As legítimas esperanças de Fernando Pimenta, na canoagem, diluíram-se nas águas repletas de folhas e algas que limitaram a sua prestação na final. Na categoria de K2, Emanuel Silva e João Ribeiro viram o pódio escorregar-lhes por entre os dedos por apenas 28 centésimos de segundo. Não deixam de ser prestações honrosas, até porque a glória olímpica não se mede apenas pelo peso do medalheiro.

O mesmo se pode dizer do triatleta João Pereira, que curou a frustação de ter falhado por pouco o apuramento para Londres, em 2012, com um surpreende­nte quinto posto no Brasil, a somente nove segundos do bronze. Nove foi também o número de centímetro­s que separou Patrícia Mamona do pódio na prova de triplo salto, em que bateu o seu próprio recorde nacional.

Um elogio que Luciana Diniz e Rui Bragança, nonos no hipismo e no taekwondo, respetivam­ente, também justificar­am.

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