Já se utilizam drones para meter droga nas cadeias
Polícia inglesa intercetou uma série de pequenos aviões não tripulados que transportavam droga e telemóveis para presos
As polícias pensam nos drones para vigilância e prevenção da criminalidade, a Amazon já os usa para distribuição de encomendas. Os criminosos têm outros objetivos, como agora se verificou em Inglaterra, onde a Scotland Yard descobriu uma rede que introduzia droga e telemóveis em prisões através do recurso a drones, os novos aviões não tripulados. Em Portugal não houve ainda nenhum caso do género a ser descoberto pelas autoridades.
E não foi apenas um drone que foi detetado na operação Airbone. A polícia britânica intercetou uma série de aviões não tripulados que transportavam droga e telemóveis para um estabelecimento prisional no Norte de Londres, noticiou ontem a agência Reuters.
De acordo com declarações do inspetor chefe da polícia, Steve Heatley, os drones transportavam uma “quantidade considerável de drogas de classe B, drogas legais (incluindo novas substâncias psicoativas que ainda não são legalmente controladas) e um grande número de telemóveis”. “Conseguimos detetá-los graças à vigilância dos agentes da polícia e dos cidadãos”, disse ainda Steve Heatley.
Já existiam incidentes com drones que levaram a uma investigação policial relativa ao contrabando para as prisões. No início deste mês, um guarda prisional viu um homem agindo de forma suspeita perto da prisão. O indivíduo fugiu, mas deixou cair dois sacos que continham drogas e telemóveis. No dia seguinte, a polícia encontrou um drone que tinha deixado de funcionar e estava caído, depois de ser visto a sobrevoar a prisão.
Posteriormente, os polícias foram alertados para outro aparelho não tripulado a voar a baixa altitude, dirigindo-se para a prisão. O drone acabou por ser intercetado pelas autoridades e as suspeitas confirmaram-se: transportava um pacote contendo grandes quantidades de drogas e dois telemóveis. Não houve detidos.
Segundo o canal de televisão britânico BBC, as operações policiais contra o contrabando realizaram-se depois de se ter verificado um aumento do uso daqueles aparelhos para introduzir artigos nos estabelecimentos prisionais de Inglaterra e País de Gales. A imprensa britânica noticiou em fevereiro que houve mais de 30 incidentes no ano passado, em que drones foram encontrados junto a prisões. Sem casos em Portugal Em Portugal, não há registo de nenhuma apreensão de drones relacionada com contrabando para prisões. Por enquanto, a droga e os telemóveis chegam a reclusos, quando não intercetados pelas autoridades, de formas mais simples, mas que já obrigam a alguma imaginação. Pode ir no meio de comida que familiares levam aos presos, no meio de um bolo ou de conservas, ou ir no tacão de um sapato.
O recurso a drones é cada vez mais uma realidade a nível comercial. No mês passado, a Amazon anunciou uma parceria com o governo britânico para “explorar os passos necessários para tornar a entrega de encomendas por pequenos drones uma realidade”, permitindo assim ao gigante norte-americano da venda pela internet “testar novos métodos de sistemas de entrega”.
Os criminosos tiveram a mesma ideia, só as encomendas são diferentes e os destinatários estão em reclusão. D.M., com agências