Diário de Notícias

Sarkozy entra na corrida ao Eliseu via Facebook e lança livro-programa

O ex-presidente confirmou a candidatur­a às presidenci­ais de 2017. Em novembro irá disputar as primárias da direita

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FRANÇA Horas antes da apresentaç­ão do seu novo livro Tout pour la France (Tudo pela França), Nicolas Sarkozy anunciou nas redes sociais aquilo que todos já sabiam: que é candidato ao Eliseu. “Decido ser candidato à eleição presidenci­al de 2017. A França exige que lhe demos tudo. Senti que tenho a força para conduzir este combate num momento tão atribulado da nossa história”, publicou o líder d’Os Republican­os (exUMP, direita) no Facebook e Twitter, reproduzin­do a frase impressa na quarta página do livro.

O homem que presidiu a França entre 2007 e 2012 precisa de vencer as primárias da direita marcadas para novembro para desafiar nas urnas no próximo ano o homem que o tirou do Eliseu, o socialista François Hollande.

Para convencer os franceses de que é o melhor para liderar os destino de um país que nos últimos nove meses sofreu três atentados, Sarkozy conta com o seu novo livro. Nas 231 páginas de Tout pour la France, o ex-presidente aborda cinco “desafios” – o desafio da verdade, o desafio da identidade, o desafio da competitiv­idade, o desafio da autoridade e o desafio da liberdade. Segundo o próprio Sarkozy, que ontem deixou oficialmen­te a liderança d’Os Republican­os, o livro é “o ponto de partida”, uma espécie de esboço do seu programa eleitoral, para uma campanha que espera vir a ser de diálogo e transparên­cia.

Escrito em três meses, o novo livro de Sarkozy, de 61 anos, apanha a concorrênc­ia de surpresa. É que se ninguém duvidava da sua entrada na corrida presidenci­al até dia 25, ninguém esperava um livro-programa, apenas oito meses depois de o ex-presidente ter publicado La France pour la Vie (a França para Toda a vida). Nos últimos meses, Sarkozy tem dedicado parte do tempo à apresentaç­ão da obra e em sessões de autógrafos que usou para contactar com os eleitores. Multiplico­u ainda os apelos a medidas de segurança mais duras, procurando seduzir o eleitorado da Frente Nacional de Marine Le Pen (extrema-direita).

No novo livro, defende, por exemplo, a maioridade penal aos 16 anos, a reforma aos 63 ou 64. Atualmente é aos 62.

Ao anunciar a candidatur­a, Sarkozy junta-se aos ex-primeiros-ministros Alain Juppé e François Fillon, e a uma dezena de outros políticos de direita, como candidato às primárias de 20 e 27 de novembro.

Com a sua estratégia, Sarkozy conseguiu subir nas sondagens, ultrapassa­ndo Juppé nas intenções de voto dos militantes d’Os Republican­os, mesmo se ainda estava atrás do ex-chefe do governo quando os inquiridos abrangiam a generalida­de dos eleitores da direita.

Mesmo que seja o candidato da direita em 2017, nada garante que Sarkozy volte ao Eliseu. À esquerda, que não tem primárias, já há vários candidatos, incluindo o ex-ministro Arnaud Montebourg, que avançou no domingo. Resta saber se Hollande avança ou não. Seja como for, quase todas as sondagens dão Marine Le Pen na segunda volta. A incógnita é saber quem será o seu adversário. H.T. Sarkozy foi presidente entre 2007 e 2012, quando perdeu as eleições para Hollande

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