FC Porto em Roma para imitar feito do Sp. Braga de Peseiro
Minhotos, em 2012-13, foram a única equipa portuguesa a ultrapassar play-off com italianos. Doze milhões em jogo
10-10. Desde que em 1997-98 o Sporting foi a primeira equipa portuguesa a disputar uma pré-eliminatória de acesso à Liga dos Campeões, o saldo do futebol luso nesta última triagem de entrada na liga milionária está rigorosamente equilibrado. Por dez vezes os clubes portugueses acederam à fase de grupos, por outras dez ficaram à porta. Hoje (19.45, RTP1), no Stadio Olímpico de Roma, caberá ao FC Porto desempatar estas contas frente à AS Roma, num desafio com um grau de dificuldade acrescido pela frente: em quatro duelos luso-italianos de acesso à Champions, só por uma vez a sorte sorriu a Portugal.
Foi em 2012-2013 que o Sp. Braga treinado por José Peseiro – o técnico que na segunda metade da época passada qualificou os portistas para este play-off e que entretanto voltou precisamente a Braga – eliminou a formação italiana da Udinese, num feito que pode servir de inspiração histórica para este FC Porto.
É que, tal como aconteceu nesta eliminatória com a equipa de Nuno Espírito Santo, que empatou a primeira mão em casa com a Roma por 1-1, também nessa época o Sp. Braga começou por ceder uma igualdade a uma bola na receção aos italianos. Depois, em Udine, a formação minhota esteve a perder na primeira parte, mas conseguiu chegar ao empate por Ruben Micael na segunda e acabou por vencer a eliminatória no desempate por grandes penalidades, garantindo a entrada na Champions.
Antes desse feito bracarense, os clubes portugueses tinham saído eliminados dos quatro duelos anteriores contra formações italianas: em 2002-2003, o Sporting baqueou perante o Inter na terceira pré-eliminatória, que antecedia então a entrada na fase de grupos; em 2003-04, foi a vez de o Benfica cair aos pés da Lazio; em 2005-06 e em 2009-10, mais duas eliminações para o Sporting, primeiro face à Udinese e depois perante a Fiorentina.
No total, desde essa vitória do Sporting sobre os israelitas do Beitar de Jerusalém em 1997, em 20 eliminatórias de acesso os portugueses ganharam dez e perderam dez. O FC Porto esteve envolvido em três delas, perdendo a primeira (Anderlecht em 2000-01) e ganhando as outras duas (Grasshoppers, em 2001-02; e Lille, em 2014-15). Em 1992-93 e 1993-94, o FC Porto também chegou à fase de grupos depois de passar duas eliminatórias anteriores, mas nessas duas primeiras épocas da Liga dos Campeões a prova só assumia o formato de grupos a partir da terceira ronda.
“Um FC Porto que não se rende”
Numa época de finanças debilitadas para a SAD portista, os 12 milhões de euros da entrada na Champions são um bem precioso que convém não desperdiçar (os vencedores do play-off somam ainda outros dois milhões). Para isso, os dragões terão de fazer o que nunca fizeram na capital italiana: marcar (dois empates a zero, frente à Roma em 1981 e com a Lazio em 2003, bastaram então para garantir as respetivas qualificações).
O treinador Nuno Espírito Santo garantiu ontem, na conferência de imprensa de antevisão, que o FC Porto está preparado para “ultrapassar os obstáculos”. “Podem esperar um FC Porto que não se rende, cooperativo e que será uma verdadeira equipa. Somos uma equipa que vai a jogo e não especula”, argumentou o técnico portista, garantindo que nesta eliminatória está “tudo em aberto”, apesar do empate na primeira mão obrigar os dragões a marcar golos em Roma.
Para isso, Nuno conta com a coqueluche do momento, o jovem avançado André Silva, que leva cinco jogos oficiais consecutivos a marcar. “André Silva está em crescimento, é um jovem e é importante para a equipa. Nada garante que vamos conseguir marcar, temos pela frente uma grande equipa. Mas a Roma também já sentiu a força do FC Porto”, avisou.