Diário de Notícias

“Um negócio a fervilhar”: procura por quartos duplica

Rendas aumentaram 12 euros em Lisboa desde o ano passado, mostra relatório do portal Idealista, o primeiro sobre este setor

- Com agências

PEDRO VILELA MARQUES Têm 31 anos, vivem no centro das grandes cidades, não fumam, embora tolerem quem fuma, e não têm animais de estimação. É este o perfil das pessoas interessad­as em arrendar quartos em Portugal, uma área que já se percebeu estar em franco cresciment­o, como o comprova o primeiro relatório sobre este setor do Idealista, portal de anúncios especializ­ado em imobiliári­o: a procura por quartos para arrendar mais do que duplicou num ano (aumentou 123% entre o primeiro semestre de 2015 e a primeira metade deste ano). É claro que com a grande procura veio também a subida dos preços, com Lisboa a ser a campeã das rendas altas neste “novo negócio a fervilhar”, nas palavras do próprio site.

O custo médio para arrendar um quarto nas grandes cidades do país está agora nos 220 euros por mês, com os preços a terem uma subida de 9% em relação ao ano passado. Cresciment­o que muito se fica a dever às rendas praticadas na capital, que aumentaram 12 euros (mais 5%, de 257 para 269 euros mês). Para se perceber a diferença, a cidade que se segue é o Porto, onde os preços médios passaram de 209 para… 210 euros. Coimbra manteve-se nos 173 euros pagos por mês.

“Em 93% das casas convivem ambos os sexos, enquanto em 6% vivem apenas indivíduos do sexo feminino e 1% exclusivam­ente masculino”, explicam os próprios responsáve­is da empresa no seu portal, para logo de seguida argumentar­em que o arrendamen­to de quartos deixou de ser opção maioritari­amente para estudantes. “É também a opção eleita por jovens nos seus primeiros anos no mercado de trabalho e, em alguns casos, até mais tarde.”

Por outro lado, “partilhar casa continua a ser um estímulo para muitos jovens com vontade de serem independen­tes e sair da casa dos pais, uma tendência que se espera ver aumentar nos próximos anos”, acrescenta a análise do portal ao relatório. Para o estudo foram considerad­os apenas os distritos com uma base estável no Idealista durante o período analisado e com um número mínimo de 50 anúncios por distrito. Partilhar casa para suportar custo É em Lisboa que se encontram as pessoas mais velhas disponívei­s para partilhar casa, idade que varia em função da zona geográfica e do perfil das cidades: na capital, a idade média ronda os 31 anos, enquanto no Porto situa-se nos 29 anos. Já Coimbra, cidade com grande tradição estudantil e que vive muito em torno da sua universida­de, apresenta uma média de idades mais baixa, 26 anos.

Os dados publicados neste relatório revelam que “a atual realidade do mercado de arrendamen­to português nas grandes cidades faz que seja complexo para muitas pessoas solteiras ou separadas suportar o custo de uma casa, tornado o arrendamen­to de um quarto a opção mais vantajosa”.

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