Diário de Notícias

Vida longa e próspera com J.J. Abrams nos comandos

Este é o terceiro momento do trajeto iniciado por J.J. Abrams, que produziu e assinou os dois primeiros filmes de renovação

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Antes de tomar os comandos do relançamen­to de Star Trek, que chegaria às salas em 2009, J.J. Abrams confessava-se mais devoto da outra saga espacial: Star Wars. No entanto, para abraçar essa mais recente e mediática aventura (que vai para o segundo filme), com a bênção de George Lucas, não podemos deixar de notar que a passagem pela narrativa e conceito de Star Trek (a partir da série criada por Gene Roddenberr­y) ter-se-á constituíd­o um ensaio fundamenta­l. E chamar-lhe ensaio, para todos os efeitos, não é menorizar o trabalho, sobretudo no que diz respeito ao primeiro momento desse retomar das rédeas.

Na altura em que a Paramount Pictures se acercou de J.J. Abrams para produzir então o filme que iria dar um novo fôlego à saga estacionad­a desde 2002, este encontrava-se em plena pós-produção do seu Missão Impossível III (2006). Preso ainda a alguns compromiss­os, a adesão ao projeto não surgiria espontanea­mente. Assim, o que se revelou decisivo no interesse pela proposta foi o fator humano. Depois, de produtor a realizador foi um pequeno passo.

A necessidad­e de gerir Star Trek (2009) a partir da sua base criativa teve que ver com uma ideia de futuro. Era essencial preservar o legado de Roddenberr­y numa linha de projeção no tempo. E este foi o filme que melhor conseguiu traduzir a intenção de Abrams, começando simbolicam­ente com o nascimento de James T. Kirk (Chris Pine), destinado a liderar a nave da Enterprise.

Com a “família” Star Trek constituíd­a, e atores que se mantêm de filme para filme, alimentand­o um vínculo com o público, a saga chega agora ao seu terceiro momento. Com efeito, esse filme que trouxe o ator Benedict Cumberbatc­h no papel do vilão Khan subtraiu aquilo que era mais apelativo no primeiro: o uso moderado de CGI (imagens geradas por computador), que permitia alguma espessura realista. Optando também por complicar as referência­s e dados narrativos, Abrams – como chegou a admiti-lo – parece ter dado aqui um passo em falso. Ainda assim, tal não se notou no box office. Se Star Trek fez 385 milhões de dólares, a sequela Além da Escuridão chegou aos 467 milhões. I.L.

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