Diário de Notícias

Treinador do Sporting só perdeu uma vez com o FC Porto nos últimos sete jogos. Mas Nuno também só perdeu uma vez com os leões

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Sporting e FC Porto enfrentam-se no próximo domingo, em Alvalade, no primeiro grande clássico da época, e a história diz que as equipas de Jorge Jesus não apresentam registo nada famoso contra os azuis e brancos: em 39 encontros, ganharam nove, empataram outros nove e perderam 21! No entanto, grande parte deste histórico do técnico foi construído fora do universo dos três grandes, em clubes como Felgueiras, Estrela da Amadora, Belenenses, União de Leiria, Vitória de Setúbal ou Vitória de Guimarães. No Sporting, por exemplo, Jesus ganhou os dois duelos da época passada.

O cenário foi mudando pouco a pouco, desde a chegada do técnico a um grande. No Benfica, embora ainda tenha ficado em desvantage­m, a relação de forças começou a ser alterada, com Jesus a sair da Luz com um saldo de sete triunfos, quatro igualdades e nove desaires. Ao longo do percurso, JJ foi aprendendo a domar o dragão, como se constata pelo facto de só ter sido derrotado uma vez nos últimos cinco duelos enquanto técnico encarnado. E essa derrota por 3-1 no Dragão até acabou por ser saborosa, pois ocorreu na última jornada da época de 2013-14, quando o Benfica já era virtual campeão nacional…

Já ao serviço do Sporting, Jesus ganhou os dois encontros com o FC Porto na época passada: 2-0 em Alvalade, com bis de Slimani; 3-1 no Dragão, com novos dois golos de Slimani e um de Bruno César. Ou seja, se analisarmo­s apenas a sua trajetória no Benfica e no Sporting, clubes da mesma dimensão do FC Porto, o saldo está empatado, com nove vitórias, quatro empates e nove derrotas. Contas feitas, o último desaire do atual técnico leonino contra os portistas remonta já há três épocas. E não aqueceu nem arrefeceu, pois Jesus já tinha o campeonato no bolso.

No entanto, a história não se apaga e algumas das derrotas mais humilhante­s da carreira de Jesus ocorreram frente ao FC Porto. A que lhe custou mais foi selada por um jogador, Kelvin, de quem os adeptos portistas nunca mais ouviram falar: nesse dia 11 de maio de 2013, no Dragão, disputava-se a penúltima jornada do campeonato e um empate bastava aos visitantes para continuare­m na liderança. Lima adiantou o Benfica, Maxi Pereira, numa altura em que mal sabia que se iria mudar para o rival um ano depois, marcou na própria (imagine-se se tal tivesse acontecido na época seguinte!) e, ao minuto 90+2, Kelvin bateu Artur Moraes, no seu único momento digno de registo no FC Porto. E JJ ajoelhou-se no relvado ao perceber que ainda não era dessa que iria ganhar o seu segundo título de campeão nacional…

Outro desaire marcante no Dragão ocorreu a 7 de novembro de 2010, quando o Benfica, com Roberto na baliza, foi “atropelado” por 5-0 pelo FC Porto de André Villas-Boas, na célebre noite em que David Luiz jogou como defesa-esquerdo. Falcao (autor de um bis) e Hulk fizeram o que quiseram da defesa encarnada, que pior ficou quando Luisão foi expulso, a meio da segunda parte. Mas nessa altura já havia 3-0… E como teve JJ de penar até ganhar um jogo ao FC Porto! Sem ser ao serviço de Benfica e Sporting não venceu uma única vez, em 17 confrontos, e só conseguiu cinco empates: Sporting de Braga (1 E, 1D), Estrela da Amadora (1 E, 3 D), Belenenses (1 E, 3 D), União de Leiria (2 D), Moreirense (1 E), Vitória de Guimarães (1 D), V. Setúbal (1 D) e Felgueiras (1 E e 1 D).

O atual treinador do Sporting estreou-se na divisão principal pelo Felgueiras, em 1995-96 mas foi só 14 anos e meio depois, a 20 de dezembro de 2009, que ganhou finalmente aos azuis e brancos, num Benfica-FC Porto disputado debaixo de temporal e que foi decidido com um golo de Saviola. Um resultado que se revelou decisivo para a conquista do título de campeão nacional pelas águias.

O guarda-redes Quim, que aos 40 anos se mantém em atividade ao serviço do Desportivo das Aves, foi treinado por Jorge Jesus no Benfica e recorda-se que os encontros com o FC Porto não costumavam ser nada fáceis. “Por mais que se diga que todos os jogos são iguais e valem os mesmos três pontos, a verdade é que os jogadores não se conseguem abstrair por completo da tradição dos maus resultados recentes e era sempre complicado defrontar o FC Porto e obter bons resultados”, recorda ao DN.

Quim revela que Jorge Jesus “ficava muito zangado quando perdia qualquer jogo, mas mais ainda diante do FC Porto, que era o grande rival na luta pelo campeonato e pelas outras competiçõe­s nacionais”.

Quim já não fazia parte do plantel do Benfica quando Jesus começou a equilibrar as contas com os dragões, mas sublinha “ser perfeitame­nte natural que dois clubes de dimensão semelhante apresentem resultados repartidos, já não

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