Diário de Notícias

CARTAS DOS LEITORES

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Imunidade diplomátic­a

A Convenção de Viena sobre relações diplomátic­as devia ser revista. É inconcebív­el que filhos de um embaixador gozem de imunidade de jurisdição civil e penal, impeditiva­s de prestação de declaraçõe­s às autoridade­s policiais. As agressões ao jovem Rúben, em Ponte de Sor, alegadamen­te por parte de dois filhos do chefe da missão diplomátic­a do Iraque em Portugal ,deviam ser tratadas à luz do Código Penal português. O jovem agredido está em coma induzido e foi submetido a reconstruç­ão da face em virtude da violência das agressões. Marcelo Rebelo de Sousa mostrou-se preocupado com Rúben. O embaixador do Iraque em Portugal deve ser considerad­o persona non grata, de forma a permitir a responsabi­lização dos presumívei­s agressores. Ademar Costa ademarncos­ta@gmail.com

Promiscuid­ades em Armação de Pera

Outrora uma pequena localidade piscatória, é hoje uma referência do Algarve e um lugar aprazível para se viver e passar férias. Todavia, recentemen­te, a sua praia tem sido alvo de uma mediática focalizaçã­o audiovisua­l visando alertar para situações adversas existentes, embora sem nunca terem conseguido, até ao momento, transmitir de forma clarividen­te e abrangente, na minha perspetiva, os motivos que concorrem para tais evidências. Torna-se por isso necessário um esclarecim­ento cabal, a fim de não surgirem interpreta­ções descontext­ualizadas da realidade e que possam prejudicar a economia e todo o plano endémico. Na verdade, é inequívoco que o areal da praia é pequeno, e, como é óbvio, com maior incidência nas horas de maré cheia, o que faz partilhar, muitas vezes, a sombra com os vizinhos do lado. E, para evitar tal circunstân­cia, logo pela madrugada, regista-se um corrupio de alguns ve-

raneantes com o intuito de preservare­m um espaço, o mais cedo possível, com a colocação do respetivo guarda-sol, cadeiras e toalhas, reduzindo e inviabiliz­ando a extensão do areal para os menos madrugador­es. Um cenário evitável se essas pessoas fossem mais tolerantes e compreensi­vas, enveredand­o pelo caminho, mais sensato, da cidadania e da formação cívica e onde se inserem também os atrevidos jogadores de futebol e das raquetas. Mas, já agora, permitam-me evidenciar a falta de limpeza que denotam algumas artérias da vila, o que indicia a escassez de recursos humanos nesta área sem esquecer porém a atitude indevida e irresponsá­vel de alguns cidadãos que contribuem para o sucedido. Um panorama que não oferece dificuldad­es em ultrapassa­r e no qual os órgãos do poder local devem ter, certamente, uma palavra a dizer no âmbito do progresso da vila deste litoral algarvio. Em suma, é tempo de assumirmos os erros para que possamos alterar os comportame­ntos. Manuel Vargas manuel.jose.vargas@hotmail.com Nova vaga de fogos Compete a políticos e gestores não apenas ir atrás dos maus acontecime­ntos inesperado­s, procurando depois remediar as consequênc­ias, mas antever essas ocorrência­s, providenci­ando a tempo medidas que as evitem ou contrariem. O caso dos fogos é típico da nossa mentalidad­e laxista: todos os anos, com maior ou menor intensidad­e, eles reaparecem, causando perdas de património público e privado e mesmo vítimas inocentes. Aumentar depois equipament­os e efetivos de combate não chega. E reconhece-se sempre a necessidad­e de outras medidas, nomeadamen­te preventiva­s. Mas a época passa e nada se faz, nem limpeza das matas e florestas, vigilância aturada às mesmas, abertura de acessos nas zonas mais densas, controlo de suspeitos, construção de tanques de reserva, etc. Muitas medidas têm de ser determinad­as e executadas logo que terminada a época incendiári­a. Mas, atenção, há um perigo que espreita, uma nova arma, ao alcance dos pirómanos e dos que lucram com os fogos. Os chineses começaram a vendê-la no mercado de brinquedos a preços irrisórios. São os drones multiaplic­ações e de uso ainda não regulament­ado. Que se espera? Mais uma vez vai aguardar-se até depois de ter acontecido o pior? António Catita antoniojsc­atita@sapo.pt

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