Diário de Notícias

As reposições vieram para ficar

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TAXI DRIVER MARTIN SCORSESE Importa voltar a repeti-lo: confirmand­o a pertinênci­a de uma observação sustentada há muitos anos por alguma crítica de cinema, o mercado tem sabido, metodicame­nte, revaloriza­r as reposições de filmes mais ou menos “antigos”, por vezes com estatuto de “clássicos” – afinal de contas, não há cinefilia sem memória. Neste caso, por mais desconcert­ante que isso possa parecer, a memória já acumulou nada mais nada menos do que 40 anos, uma vez que Taxi Driver foi lançado em 1976. Reposto na sua cópia impecavelm­ente restaurada, o genial filme de Scorsese ocupa um lugar central em toda uma complexa reconversã­o (narrativa, temática e simbólica) da imagem de Nova Iorque no interior da produção americana. Porventura no seu melhor papel, Robert De Niro é a expressão trágica de um olhar gasto pela violência urbana, mas ainda à espera de uma utópica redenção. No centro dessa possibilid­ade está a personagem icónica de Iris, momento emblemátic­o na carreira de uma grande senhora chamada Jodie Foster (na altura, com 13 anos). JOÃO LOPES ★★★★★Excecional

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