Diário de Notícias

Meio Benfica volta a ganhar num campo bem complicado

Mitroglou e Pizzi em golos de livres desbloquea­ram um jogo para o campeão e líder da Liga em que o Chaves deu boa réplica na primeira parte (duas bolas ao poste no mesmo lance)

- MANUEL QUEIROZ

O Benfica é agora a única equipa sem derrotas após vencer ontem em Chaves por 2-0, numa partida muito disputada mas em que os campeões fizeram jus à vitória, apesar de o Chaves ter atirado duas bolas ao poste na mesma jogada na primeira parte. Rui Vitória conquistou assim a 16.ª vitória fora seguida na Liga, igualando o recorde que pertencia ao Benfica de Jimmy Hagan (1973).

O Chaves vendeu cara a sua primeira derrota, num estádio cheio e num fim de tarde com bom tempo. O 4x3x3 de Jorge Simão conseguiu estender sempre o jogo até à baliza de Ederson, que foi o titular em vez de Júlio César, que ficou no banco. O Benfica, sem fazer uma grande exibição, voltou a ganhar num campo complicado, como já tinha feito em Tondela, porque está focado e porque os adversário­s desta vez acertaram no poste e nunca na baliza. E só teve meia equipa, porque além de faltar Jonas, houve muitos que não comparecer­am ontem – Salvio, Gonçalo Guedes, André Horta...

Rui Vitória confiou na mesma equipa que batera o Sp. Braga mas, tal como no jogo de segunda-feira, as coisas demoraram a carburar. Um Chaves bem organizado, a defender mas a sair sempre para o contra-ataque, a criar dificuldad­es e oportunida­des de remate. Os jogadores do Benfica não se encontrava­m – Salvio muito mal, Gonçalo Guedes sem ver Mitroglou, Pizzi perdido e só Grimaldo dava alguma assistênci­a ao ataque. O primeiro remate foi do Benfica aos 29 minutos, o que demonstra como a primeira meia hora foi jogada muito entre as duas áreas.

Mas foi nos últimos minutos da primeira parte que muito se decidiu: primeiro um golo anulado a Mitroglou, por fora-de-jogo que parece não existir mas num lance difícil, porque há movimentos contrários; pouco depois foi a melhor jogada do Chaves, num contra-ataque em que Rafael Lopes cruzou para Braga rematar ao poste, a bola sobrou para a esquerda e Fábio Martins acertou outra vez no poste. Na sequência, Rafael Lopes fez a recarga para fora com Ederson batido. Uma jogada de grande sorte para Ederson, que permitiu aos

› Ontem o Nacional goleou, fora, o Feirense com três golos do argelino Hamzaoui. E o Sp. Braga deu a volta no jogo com o V. Setúbal e juntou-se ao FC Porto

campeões manterem-se com a baliza intacta. Há dias assim.

Depois o Benfica veio a resolver na segunda parte com dois golos na sequência de livres: primeiro aos 69’ num livre lateral que Grimaldo foi bater e Mitroglou desviou de cabeça ao primeiro poste; depois por Pizzi, na recarga a um livre de Grimaldo (e depois de boa decisão do árbitro de dar livre direto e não penálti, porque a falta de Freire foi mesmo fora da área). Entre os dois golos, Vukcevic podia ter empatado – o antigo jogador do Sporting, que substituir­a Perdigão, ficou isolado sobre a direita da área e chutou ao lado.

Sublinhe-se a bela exibição de Battaglia no meio-campo do Chaves, impression­ante a lutar e depois a ter capacidade para sair com a bola – ele, Perdigão e Paulinho, com Braga e Rafael Lopes, criaram muitos problemas ao Benfica, sobretudo na primeira parte. Para o Benfica, ganhar jogos destes sem Jonas é mostra de que as coisas estão no caminho certo, mas convém não abusar da sorte. Salvio esteve outra vez abaixo dos mínimos e Cervi melhorou a equipa quando o substituiu – deu outro movimento e outra imaginação.

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