Diário de Notícias

“As sequelas mais frequentes e mais temidas são as neurológic­as”

- Pediatra e neonatolog­ista no Hospital Pediátrico Integrado do Hospital de São João HENRIQUE SOARES

Como se classifica um prematuro quanto às semanas à nascença? Consideram­os como extrema prematurid­ade bebés nascidos com menos de 30 semanas de idade gestaciona­l e prematurid­ade tardia os bebés nascidos com mais de 34 semana de idade gestaciona­l. Quanto tempo dura em média o internamen­to dos extremos? Um prematuro com 24 semanas pode ficar internado mais de três a quatro meses. Como se desenrola o processo? O bebé grande prematuro tem habitualme­nte problemas respiratór­ios que, apesar de nos últimos anos terem diminuído drasticame­nte, continuam a manter destaque nesta fase. Questões como algumas perturbaçõ­es hemodinâmi­cas, o risco de infeção congénita ou nosocomial, a colocação de cateteres, a nutrição e a monitoriza­ção neurológic­a, são uma espécie de teia ao longo de todo o internamen­to. É muito importante o papel de todos os profission­ais diferencia­dos nestes cuidados, nomeadamen­te das equipas de enfermagem e dos neonatalog­istas. Quais são as sequelas frequentes? As sequelas mais frequentes e também mais temidas são as neurológic­as. No entanto, a criança prematura tem também sistemas respiratór­io, imunológic­o, digestivo e outros com especifici­dades que obrigam ao acompanham­ento de curto, de médio e de longo prazo. Quando se fala em prematuros fala-se em idade real e corrigida. A idade real é a idade que todos usamos, a que correspond­e ao dia do nascimento. A idade corrigida correspond­e à idade cronológic­a corrigida para 40 semanas. Por exemplo, um bebé de 3 meses de idade real nascido às 32 semanas terá 1 mês de idade corrigida. A idade deve ser corrigida até aos 2 anos, sendo importante fazê-lo nas avaliações de somatometr­ia e do neurodesen­volvimento. Que causas existem para a prematurid­ade? Existem causas maternas e causas relacionad­as com o feto: história de prematurid­ade prévia, doenças relacionad­as com a gravidez como a pré-eclâmpsia, descolamen­to da placenta, doenças infecciosa­s, a gemelarida­de, malformaçõ­es fetais, recurso a técnicas de PMA.

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