GNR centrada em patrulhas e não em grandes cercos
Guarda volta às operações de revista quando se justificar. Investigações no terreno dos últimos dias a cargo da PJ
Em fuga há 13 dias, Pedro Dias, o alegado homicida dos crimes de Aguiar da Beira, de 44 anos, tem estado, para já, um passo à frente das autoridades obrigando-as a mudar a estratégia. Depois de uma presença forte nos primeiros dias, com centenas de militares no terreno, e de buscas e cercos a aldeias até à última quarta-feira, a GNR tem estado agora concentrada apenas nos patrulhamentos de visibilidade .
“Continuamos com ações de patrulhamento nas aldeias do concelho de Vila Real, a assegurar a tranquilidade das populações que são idosas e vivem isoladas”, adiantou ao DN o major Marco Cruz, porta-voz do Comando Geral da GNR.
Por prevenção, a Guarda mantém elementos da Unidade de Intervenção estacionados na zona. “Estão lá de reserva. Se houver um pedido de colaboração específico da PJ, eles atuarão.”
Nos últimos dias, a investigação dos dois homicídios de Aguiar da Beira, a cargo da Polícia Judiciária (PJ) da Guarda, apostou em diligências feitas apenas pelos inspetores. Foi o caso das buscas em duas casas por onde o fugitivo terá passado: Tojais, onde a PJ esteve na quinta-feira, e Paço, Sabrosa, onde esteve no sábado.
As chamadas dos membros da família de Pedro Dias – mãe, pai e irmã – estarão a ser filtradas . A residência da família, em Arouca, foi também o centro de umas buscas da PJ, tal como a quinta do fugitivo na Várzea, mas dessas diligências nada de especial resultou, nenhum indício que levasse a uma captura rápida de Pedro Dias.
As autoridades põem a hipótese de o fugitivo ter ajuda para continuar a escapar. A casa de Paço, cuja porta terá sido arrombada, fica a apenas 500 metros da Quinta da Gregoça, onde vive um casal amigo do suspeito. Mas também essa quinta já foi alvo de buscas. O Laboratório de Polícia Científica da Polícia Judiciária vai analisar as amostras de sangue recolhidas de umas calças encontradas no Opel Astra que Pedro Dias roubou e no interior de uma moradia desabitada em Paço, Sabrosa (Vila Real), onde poderá ter passado algumas horas.
O DN confirmou com fonte da PJ que os vestígios vão ser examinados para ver se correspondem ao perfil de ADN do homem mais procurado do país.